Jornal Estado de Minas

EDITORIAL

Sinal de alerta para o futuro do Brasil

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Um dia após as comemorações pelo bicentenário da Independência do Brasil, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud/ONU) divulgou relatório com os principais dados sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no mundo. 





As notícias para o Brasil não são boas. Em 2021, o IDH brasileiro ficou em 0,754 e o país ocupa agora a 87ª posição no ranking da Organização das Nações Unidas de um total de 191 países analisados, três posições a menos do que em 2020, quando ocupava a 84ª posição, com 0,765. 

Os parâmetros para se chegar a esse patamar envolvem o bem-estar da população no que se refere à renda, escolaridade e saúde. Quanto mais próximo a 1, melhor é a média do IDH de cada país, afetando também o índice global para um melhor ou pior desenvolvimento humano.

É importante fazer algumas observações sobre o passado dos números. Há três décadas, o IDH do Brasil era maior que o global; pouco, mas era. Uma diferença de 0,613 para 0,601. Por 25 anos, o Brasil foi gradualmente aumentando essa diferença até chegar em 2015 com um IDH de 0,753 para 0,724 no resto do mundo. 





Em 2019, o Brasil apresentou um IDH de 0,766, índice considerado elevado pelos especialistas, mas depois a escala tornou-se descendente. Vários fatores podem explicar essa queda nos últimos anos. O primeiro deles – que também interferiu nos índices globais – foi a pandemia de COVID-19, acompanhada por grave recessão econômica.

Os reflexos negativos da pandemia impactam diretamente os fatores levados em consideração no relatório do Pnud: escolaridade, renda e expectativa de vida (saúde). Isso sem falar numa visão mais macro, na Guerra da Ucrânia, e, no Brasil, nas altas taxas de desemprego (mesmo que tenham recuado um pouco), na elevação do custo de vida, nas crises de energia, e nos índices de insegurança alimentar, divulgados na última quarta-feira. 

Mais de 90% dos países registraram queda na pontuação do IDH – seja em 2020, seja em 2021 – e mais de 40% deles declinaram em ambos os anos. 

Embora a queda do IDH tenha sido generalizada no mundo (com o índice global caindo de 0,739 em 2019 para 0,732 em 2021), vários países saíram ilesos da situação, a exemplo da China, Coreia do Sul, Austrália e Japão, que aumentaram seus índices de 2019 para 2021.  

Na América Latina e Caribe, o Chile lidera o ranking, com um IDH de 0,855 e a 42ª posição no mundo no ano passado, seguido pela Argentina (47ª), Costa Rica (58ª) e Uruguai (58ª). O Brasil fica atrás de 15 nações. 

Se pensarmos que faltam praticamente oito anos para a Agenda 2030 da ONU, com 17 objetivos de desenvolvimento sustentáveis a serem cumpridos por meio de um acordo global feito por 193 países, o momento é crucial.