Bruno Linhares
Diretor-geral da locadora UseCar
Nos últimos tempos, a junção de três letrinhas vem ganhando o mundo corporativo. O ESG, sigla do inglês que abrange questões ambientais, sociais e governamentais, é uma agenda obrigatória para aqueles que buscam se distinguir no mercado, ir além dos resultados lucrativos e atuar em concordância com clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade. Apesar do grande avanço da pauta ESG, principalmente relacionada às práticas ambientais, estaria o mundo e o Brasil vivenciando um pensamento utópico ou uma realidade?
Apesar da crescente demanda sobre a agenda ESG, principalmente devido à forte pressão de investidores, o conceito ainda encontra desafios. Estudo realizado pelo Institute for Business Value (IBV) com cerca de 3 mil líderes empresariais revelou que o ESG é prioridade máxima para 48% dos CEOs brasileiros, alta de 65% em relação a 2021. Outra pesquisa, da consultoria Grant Thornton, também mostrou dados interessantes. Com a participação de 255 empresas no Brasil, a pesquisa apontou que 54% dessas corporações pretendem investir em ESG nos próximos 12 meses e 39% já estão desenvolvendo uma estratégia para colocar em prática.
No mesmo sentido em que cresce a necessidade por ações ambientais, as temáticas sociais e governamentais também são de suma importância para o mercado financeiro. Isso porque nenhuma empresa consegue gerar impacto ambiental no longo prazo sem governança. A governança é um dos pontos cruciais do ESG. Afinal, sem uma boa governança, a empresa deixa de empregar os recursos da melhor maneira possível a médio e longo prazos. Pesquisa da Fundação Tide Setubal e Instituto Silvis analisou o nível de comprometimento do empresariado brasileiro com o ESG. Segundo o estudo, 74,2% dos empresários admitem que o tema ESG é um assunto de grande relevância para as empresas. Para 62,3% dos empresários de companhias de diferentes portes, o compliance e práticas de governança são os assuntos mais prioritários na temática ESG.
No entanto, o desejo de exercer as questões sustentáveis do ESG nem sempre está diretamente relacionado à prática. O estudo também mostrou que 50% dos entrevistados enfrentam dificuldades para implementar o ESG nas empresas.
É incontestável que o ESG é uma prática que veio para ficar. Ela surgiu no mercado financeiro como uma forma de medir o impacto que as ações de sustentabilidade geram nos resultados das empresas. Um dos principais motivos do crescimento da agenda ESG é a urgência em combater as mudanças climáticas.
A governança ganhou várias iniciativas na locadora UseCar, empresa do Grupo Carbel, com mais de 50 anos de tradição no mercado automotivo e financeiro em Minas Gerais. Além de incentivarmos ações ambientais e sociais, acreditamos que a governança assume importante papel na gestão sólida de uma empresa. O social do ESG deveria ser uma obrigação de todas as empresas, assim como o compromisso com as questões ambientais, mas a governança é que torna o negócio sustentável.
Entre as ações de governança da UseCar podemos citar a horizontalidade nas tomadas de decisão, para que as ações sejam mais ágeis e transparentes. Além disso, temos desenvolvido uma série de projetos com foco no colaborador e no cliente, seja no incentivo a boas práticas ou até mesmo na estruturação de uma jornada completamente digital, todos eles alinhados ao conselho do Grupo.
O ESG tem uma agenda necessária, mas ainda em construção. O que motiva esse engajamento são os desafios enfrentados pela humanidade. Ainda temos muito a desenvolver e a colocar em prática, mas acredito que esse seja um caminho próspero para um futuro mais igualitário e mais justo.