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Muralhas digitais transformando municípios

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Selma Migliori
Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese)

Imagine as cidades da Idade Média cercadas por grandes muralhas de pedra. A questão é que as barreiras físicas, desde os primórdios, foram utilizadas como sinônimo de proteção e segurança, sobretudo de fronteiras e divisas. Ainda hoje, o cuidado com o limite entre um município e outro é um ponto de atenção para a administração pública, mas cogitar estabelecer um muro nesses locais seria bastante custoso e ineficiente. Contudo, já não é preciso mais toneladas de material, apenas soluções de segurança eletrônica para proteger cidades inteiras.



Com a popularização do ecossistema de cidades inteligentes nos municípios brasileiros, as muralhas digitais ganharam espaço como uma estratégia de combate à criminalidade, mas não apenas – zeladoria, defesa civil, assistência social, fluxo viário. São muitos os setores da administração pública que se beneficiam desta centralização de dados (áudio, imagens e estatísticas) em tempo real e, sobretudo, da integração entre os dispositivos e compartilhamento de informações.

Se pensarmos na realidade dos centros urbanos, um acidente de trânsito exige a presença de autoridades policiais, agentes de tráfego, equipes de saúde e até de manutenção, caso algum aparelho público tenha sido danificado. Dessa maneira, integração acaba sendo a palavra-chave para compreender este projeto. No interior de São Paulo, inclusive, algumas cidades próximas compartilham os dados entre si, para antecipar ou até mesmo responder a ocorrências que ultrapassam o limite dos municípios, como é o caso de Limeira. Esse tipo de conexão em tempo real só a tecnologia consegue proporcionar. 

Já em Curitiba, autoridades policiais, agentes de trânsito, Defesa Civil, limpeza e zeladoria se beneficiam do monitoramento em tempo real e das informações coletadas por dispositivos inteligentes. Na capital paranaense, durante as eleições, os locais de votação e os principais pontos da cidade são monitorados pelos dispositivos da muralha digital. Agora, pense nos festivais de música, jogos de futebol e outros grandes eventos. A solução agrega recursos para garantir a segurança, o trânsito nas vias próximas, a limpeza e até a saúde dos participantes.



O desafio para popularizar a solução passa por desenvolver o ecossistema de inovação nas cidades. A tarefa não é simples, mas sabemos o que é preciso: o engajamento dos atores nas esferas federal, estadual, municipal, organizações da sociedade civil, educacionais e também empresas; e aprovação do Estatuto da Segurança Privada, que promoverá a livre concorrência e iniciativa ao mercado de sistemas de segurança eletrônicos, setor que tem a capacitação técnica para desenvolver, operar e realizar a manutenção das soluções que transformarão os municípios em cidades inteligentes.

Contudo, nenhum desafio apaga o potencial desta e de outras soluções inteligentes para os municípios brasileiros. A segurança eletrônica mostra que tecnologia e bem-estar público são sinônimos para responder às novas e antigas demandas dos municípios. Não há futuro sem inovação, o que falta agora é investimento real para promover projetos que já se mostram vitoriosos. As novas muralhas não são para separar, mas para integrar e proteger aquilo que há de mais valioso: a vida e o bem-viver dos munícipes.