Jornal Estado de Minas

Editorial

A hora da reconstrução

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Amanhã será um dia especial para o Poder Legislativo. Em Minas Gerais, tomam posse na Assembleia Legislativa os novos deputados estaduais. Em Brasília, parlamentares iniciam seus mandatos no Senado e na Câmara; na sequência, serão escolhidas as mesas diretoras das casas. As eleições das mesas se darão menos de um mês depois da invasão das sedes do Legislativo federal, com o registro de cenas de vandalismo e destruição que, infelizmente, permanecerão por muito tempo em nossas retinas. Aos responsáveis por elas, por sinal, não se exige menos do que punições exemplares, capazes de coibir qualquer nova tentativa de insurgência e desaforo contra as instituições que representam a democracia brasileira.  
 
Mas tudo indica que a quarta-feira será o primeiro dia de reconstrução de um diálogo constante, e transparente, entre os representantes dos Poderes Executivo e Legislativo no âmbito federal. Após quatro anos de turbulências e de destinação de recursos pelo famigerado orçamento secreto, espera-se que os parlamentares e os ocupantes do Planalto iniciem uma fase de entendimento e de respeito mútuo, inclusive na forma de fazer oposição. Vozes discordantes, sim, mas com civilidade e sem baixarias.




 
O Senado Federal, nos últimos anos, assumiu repetidas vezes o protagonismo na missão de impedir um processo de erosão democrática.  

De forma discreta, porém eficaz, as lideranças da Casa desempenharam um papel que não está a ela atribuído na Constituição, mas que se mostrou essencial na hora de preservar a estabilidade política do país. O Senado atuou como guardião da democracia. Por meio da temperança e do diálogo, impediu o aumento dos focos de tensão nascidos no Executivo e no Judiciário e ainda desativou pautas-bomba engendradas por outros representantes do Legislativo. Muitas crises institucionais, nascidas em outros “berços”, morreram de inanição ao chegar para exame dos representantes majoritários dos estados, em demonstração de maturidade política que merece o devido registro às vésperas da escolha dos ocupantes da mesa diretora da Casa para os próximos dois anos.  

Independentemente dos nomes eleitos para as mesas diretoras nesta quarta-feira, a busca pela harmonia deve ser o elemento norteador das autoridades dos três poderes. O país está exausto de gritos, impropérios, bravatas, provocações e xingamentos. Os desafios que se avizinham, como a necessária reforma tributária e outros itens a serem apreciados pelos parlamentares, exigem serenidade e foco no que deve prevalecer a partir de agora: o reposicionamento do Brasil no caminho do desenvolvimento. Deixar a destruição para trás. Investir nos pilares de uma sólida e irreversível reconstrução.