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editorial

A saúde precisa ser revitalizada

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Antes da pandemia de COVID-19, a saúde pública no Brasil acumulava problemas. A crise sanitária foi um teste  para o Sistema Único de Saúde (SUS), um modelo para o mundo, mas desprezado pelos sucessivos governos. A cada ano, o orçamento do SUS desconsidera, entre outros fatores, o crescimento demográfico, as reais necessidades da população e os avanços na medicina. Não à toa, há um reconhecimento de que a saúde no país é subfinanciada, o que torna o sistema incapaz de elevar o padrão de qualidade dos serviços oferecidos à sociedade. A estimativa é de que, entre 2018 e 2022, o SUS perdeu cerca de R$ 60 bilhões, excluídos os gastos emergenciais impostos pela COVID-19.




 
Para devolver vitalidade ao SUS, o Ministério da Saúde construiu um plano emergencial, a partir do diagnóstico elaborado pelo grupo de transição, para marcar os 100 primeiros dias da nova gestão. Entre as prioridades, estão a redução das filas para diagnósticos e cirurgias; a reorganização da Farmácia Popular, que teve sua verba reduzida em 60%; a retomada das campanhas de vacinação e dos programas destinados à saúde da mulher, da criança, do adolescente e dos indígenas. 
 
No dia da posse, a ministra Nísia Trindade reforçou a necessidade de atenção à saúde mental, considerando os impactos provocados pela COVID-19. Para isso, foi instituído um departamento, que definirá as ações prioritárias, com base no diálogo com as instituições especializadas que  atuam no país. Mas, além disso, o ministério entende como importante reforçar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), que foram, praticamente, desmontados nos últimos quatro anos, com cortes de verbas e revogações de medidas vigentes desde o início dos anos 1990.
 
Desde meados da primeira década deste século, os negacionistas deflagraram um movimento global contra as vacinas, pelas redes sociais e por outros meios disponíveis. O Brasil, como tantos outros países, foi contaminado pelas fake news. O Programa Nacional  de Imunização (PNI), modelo para várias outras nações, foi sabotado pelas inverdades disseminadas pelos opositores à ciência e aos avanços no campo da medicina. Hoje, o Ministério da Saúde coloca a imunização em massa de crianças, adultos e idosos no patamar das prioridades, a fim de resgatar os altos índices de vacinação e proteger as diferentes camadas da sociedade das doenças preveníveis. O esforço terá sucesso se a sociedade aderir às campanhas de vacinação. 
 
Cabe ao Ministério da Saúde a formulação de políticas públicas para melhorar os serviços de saúde em todo o país. Mas impõe-se também uma contrapartida vigorosa de estados e municípios para que o resultado seja o esperado pela sociedade, cansada de filas, por falta de profissionais, de medicamentos e de vagas nas unidades de saúde. Exige uma revisão séria do orçamento destinado ao SUS, que enfrenta, a cada ano, a diminuição dos recursos financeiros, humanos e materiais para elevar e ampliar a qualidade dos atendimentos aos cidadãos.