Jornal Estado de Minas

EDITORIAL

Carnaval, vacinas, COVID e ISTs

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Carnaval da retomada, do renascimento ou simplesmente a volta da folia, após dois anos sem a festa, depois de um longo período de pandemia da COVID-19. Os blocos estão a mil em todas as partes do país, assim como as escolas de samba e trios elétricos com suas multidões em volta.





No entanto, embora pareça “chover no molhado”, é neste período que os olhos merecem (também) estar voltados para a saúde dos foliões. Independentemente da idade, do gênero e da quantidade de eventos que as pessoas vão participar, o ideal seria cair na folia somente com o calendário de vacinação atualizado, mas isso está longe de ser a nossa realidade. 

E não somente com relação às doses contra a COVID, mas contra HPV, hepatite B, enfim, com o checape em dia. Para quem está na mais “tenra” idade, ou seja, na adolescência e juventude, a incidência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é mais comum, inclusive com prejuízos a médio e longo prazos, como é o caso da contaminação pelo papilomavírus humano. A vacina, disponível nos postos de saúde para crianças e jovens de 9 a 14 anos, protege contra quatro tipos de HPV, responsáveis pelo desenvolvimento de câncer no colo do útero, ou de verrugas genitais. 

As três doses contra a hepatite B aplicadas em recém-nascidos, na rede pública, e em jovens e adultos, na particular, evitam alterações no fígado e o aparecimento de sintomas como náusea, febre, vômito, olhos e pele amarelados. Sem tratamento, o fígado pode ficar comprometido, evoluindo para uma cirrose. 

Para os foliões de plantão, jovens ou não, abusar do álcool e das relações sexuais desprotegidas são porta de entrada para doenças graves, como HIV, sífilis, clamídia, herpes, gonorreia, tricomoníase, cancro mole, hepatite C, vírus linfotrópico T humano (HTLV), donovanose (com danos à pele e mucosas da genitália, virilha e ânus) e doença inflamatória pélvica (DIP). 

Diante dessa realidade, a doença do beijo (mononucleose) lidera o ranking nos dias de folia, causando febre, dor de garganta, gânglios aumentados, congestão nasal, coriza, petéquias no palato (leves hemorragias internas em vasos sanguíneos, que formam manchas vermelhas na pele ou na mucosa) e, nas situações mais graves, comprometendo fígado e baço, além de herpes, sífilis e “sapinho” (candidíase ou monilíase oral).

Sintomas como lesões avermelhadas, esbranquiçadas ou ulceradas requerem atendimento médico ou odontológico e muita água para que as bactérias não tomem conta da boca. E imagine ter que procurar um especialista em pleno carnaval. 

Mais recentemente, os especialistas incluíram o coronavírus na lista de doenças “carnavalescas”. Eles são unânimes em alertar para um possível aumento dos casos em um momento em que a doença está em queda, assim como o número de mortes, e o número de novos casos segue com certa estabilidade. Seria pedir muito aos foliões usar máscara no meio da folia se quase todo mundo já abandonou o hábito. 

O que resta é ficar atento às duas quinzenas subsequentes ao carnaval. Com certeza, os números vão crescer.