Jornal Estado de Minas

ARTIGO

Fábricas deixaram de faturar R$ 500 bi



Reginaldo Rodrigues
Criador e CEO da Cogtive

Muitas indústrias não sabem, mas elas estão cheias de “elefantes brancos” em suas plantas. E pior: perdendo dinheiro.





Isso acontece especialmente com a indústria 4.0. É que, apesar das inovações, existe uma capacidade oculta na linha de produção inexplorada pela maioria e que passa despercebida aos olhos dos líderes industriais.

Não é pouca coisa. Estudos de mercado indicam que, em média, as indústrias nacionais possuem 30% de capacidade produtiva desconhecida, devido a paradas de linha, baixa performance dos ativos e má distribuição da mão de obra. Isso correspondeu a mais de R$ 500 bilhões na manufatura brasileira, só em 2022.

Caso o potencial oculto das fábricas fosse explorado, um acréscimo de 5,6% no PIB brasileiro seria perfeitamente possível. Isso representa um grande impacto na economia, gerando mais ofertas de trabalho, renda e aquecimento de investimentos vindos do exterior. Assim, a transformação digital deixa de ser um diferencial e passa a ser obrigatória para a sobrevivência de negócios que envolvem manufatura.





Neste sentido, tecnologias disruptivas vêm ajudando no aumento da eficiência no chão de fábrica, oferecendo informações para que a indústria funcione na sua forma ótima, potencializando a produtividade não apenas das máquinas, mas de toda a operação.

Não basta, por exemplo, olhar para a eficiência dos equipamentos separadamente. Se diversos ativos não funcionam em sintonia, a conta sai cara; e a produção, insuficiente. Outra forma de capturar o máximo de potência fabril é identificar possíveis gargalos por meio da coleta de dados com IoT, app ou câmera para ter uma visão digital clara de todos os processos e garantir decisões precisas com base em informações em tempo real. Isso permite identificar equipamentos inoperantes, por exemplo, e obter relatórios de lead times das ordens de produção e do holding dos produtos por linha de produção.

Outra grande feature é abusar da inteligência artificial assertiva, que gera feedbacks segundo um machine learning para potencializar tomadas de decisões estratégicas e elevar a produtividade. Integrar todo o framework aos sistemas de ERP da indústria aparece como a cereja do bolo do sucesso da operação.

Industriais que já enxergam à frente toda a capacidade oculta de seus parques confirmam a experiência: é possível transformar a produtividade na manufatura com soluções que impactam não apenas indústrias, mas o mercado como um todo.