Jornal Estado de Minas

Transtornos de aprendizagem ainda são desconhecidos

Marajane de Alencar Loyola
Presidente da Associação de Terapia Familiar de  Minas Gerais (ATF Minas), promotora do 1º Simpósio Internacional de Transtornos de Aprendizagem e Familiares

A escola e a aprendizagem são essenciais no cotidiano das famílias, começando na infância e podem durar a vida toda. Contudo, apesar de serem processos importantes, infelizmente, nem todas as pessoas possuem a mesma facilidade para aprender, situação que requer atenção e cuidado dos pais, professores, psicopedagogos, terapeutas e psicólogos para identificar as causas. Afinal, alguns dos problemas mais comuns são decorrentes de condições como dislexia, disgrafia, discalculia, transtorno de déficit de atenção (TDA), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).



A dislexia acomete até 17% da população mundial, tem caráter hereditário e provoca dificuldades para ler e compreender conteúdo escrito, mesmo sendo considerado simples pela maioria. A ocorrência está no fato de a pessoa não identificar as letras e símbolos da mesma maneira, fazendo com que tenha de lidar com o problema para compreender o que leu. A dislexia não significa que a pessoa é menos inteligente, é apenas uma forma diferente do cérebro funcionar, inclusive muitas pessoas com dislexia apresentam grandes habilidades em outras áreas, como criatividade e resolução de problemas.

A disgrafia e discalculia são condições pouco conhecidas, porém, também são transtornos neurológicos que comprometem muito a vida dos portadores. A disgrafia causa dificuldade para escrever, como estruturar as palavras, gerando muitos erros de ortografia e falta de coordenação motora. Os sintomas ainda incluem lentidão para escrever, uso de espaçamento inadequado entre as palavras e dificuldade para desenhar.

Já a discalculia é um transtorno de aprendizagem específico para matemática. Muitos indivíduos já sofrem ao trabalhar com números, por questão de afinidade, contudo, essa situação é diferente, pois não possuem senso numérico, apresentam dificuldade para memorizar questões relacionadas a dados, calculam com imprecisão e não possuem raciocínio matemático, demonstrando um desempenho muito abaixo do esperado em ambiente escolar.



O déficit de atenção já é mais conhecido e pode incluir, ou não, a hiperatividade. O TDA está mais relacionado a questões envolvendo a memória, como a desatenção, falta de organização e grande dificuldade de concentração. O TDAH abrange os sintomas relacionados à hiperatividade, uma agitação extra, influenciando diretamente o comportamento. As crianças são agitadas, mas, no caso do TDAH, a vivência é diferente. Os dois casos costumam surgir na infância e podem seguir pela fase adulta, sendo perceptíveis desde a escola.

Os transtornos de aprendizagem são alarmantes e ainda bastante desconhecidos entre a população e, por isso, são temas do “I Simpósio Internacional” sobre o assunto. A Associação de Terapia Familiar de Minas Gerais (ATF Minas) promove o evento, gratuito e totalmente digital, nos dias 7 e 8 de julho.