Gregório José
Pós-graduado em Gestão Escolar e MBA em Gestão Pública
Parece um contrassenso, mas há alguns anos, quando os celulares se tornaram parte viva dos seres humanos, diziam que seria um aliado para tudo. Mas, passados alguns anos notam que, tanta tecnologia empregada de forma equivocada é um inibidor do conhecimento e um “emburrecimento” de estudantes. Isto mesmo!
Diversos países que no passado liberaram o uso de celulares, tablets e smartwatches para os estudantes e atacavam os professores que tentavam proibir o uso e foram ridicularizados e até achincalhados por não permitirem o uso, se rendem à sabedoria dos mais velhos: “celulares e tablets em sala de aula atrapalham mais do que ajudam”.
Isso mesmo. Há cerca de cinco anos, um país ou outro modificam suas leis para que os alunos fiquem longe de seus aparelhos de conectividade no período em que estiverem em sala de aula.
A Holanda disse que vai banir celulares e smartwatches das salas de aula. O objetivo? Uma tentativa de limitar as distrações durante as aulas. Os dispositivos só serão permitidos se forem especificamente necessários.
Há dois anos a Finlândia já adotou a prática. E olha que ela era tida como uma das nações com grande avanço tecnológico, reconhecida pela qualidade de sua educação. Mas, apesar de sempre figurar no topo dos rankings internacionais, o país passou a repensar seu modelo diante da era digital. Como parte disso, tem focado seus esforços tanto no ensino de habilidades quanto no de matérias.
Na França, a lei decretada em 2020 não pegou. No entanto, a norma proibitiva continua em vigor e, o uso em sala de aula é vetado.
A província de Jiangxi, na China, tomou recentemente a iniciativa de emitir a primeira proibição provincial para estudantes universitários de levarem dispositivos eletrônicos para as aulas. Lá, estudantes universitários não podem usar dispositivos eletrônicos na classe, a menos que sejam usados para fins educacionais.
Outras universidades usaram sacos para coletar celulares de estudantes antes das aulas e se eles se recusarem a entregar o celular, eles obterão uma pontuação menor nos exames.
Em Madri, o Ministério da Educação diz que exceções só serão aceitas caso sejam “expressamente previstas” no projeto educacional e “sempre para fins educacionais”.
Estudo divulgado pela London School of Economics mostrou que alunos de escolas da Inglaterra que baniram os smartphones melhoraram em até 14% suas notas em exames de avaliação nacional.
O Brasil precisa rever, o mais rápido possível, se celulares devem ficar nas mãos dos estudantes durante as aulas ou se podemos começar a pensar em alternativas, afinal, nossa educação não anda lá estas coisas. A prática de não reprovação ainda acontece, poucos são os brasileiros que sabem ler e, mais que isso, interpretar aquilo que se lê.