Jornal Estado de Minas

Política

O Poder Executivo e as reformas

Eliana França Leme
Campinas – SP

“Bolsonaro usa as mãos para fazer gesto de arminha, mas lava as mãos para as reformas importantes, como a administrativa e a tributária. Quer o bônus, mas não o ônus. E assim foi com a reforma da Previdência, que atrapalhou o quanto pôde, mas hoje, depois de aprovada pelo Congresso, fatura os louros da vitória sozinho. Agora, o mesmo se repete com a reforma administrativa, uma reforma complexa e desgastante. Bolsonaro não quer saber de desgaste político; quer que este fique com os parlamentares. O mesmo vai acontecer com a reforma tributária. É o jogo do empurra-empurra. Mas cabe ao Executivo propor e ao Legislativo emendar e aprovar. Se Bolsonaro não cumprir sua função com medo de perder popularidade, três anos antes das eleições presidenciais, como imaginar que este país possa crescer e se desenvolver? Pode colocar quantos militares quiser no poder que isso não muda os entraves que impedem o progresso do país. Que sina a do brasileiro, que nunca consegue eleger um estadista. Elege só populistas e esses podem ter cartaz junto à população, mas jamais a beneficia. Será sempre esse o nosso destino?”