Eduardo Amaral Gomes*
Betim – MG
“Se você está endividado, com a corda no pescoço, ‘estourado’ no cheque especial e no cartão de crédito, pagando a duras penas o financiamento do carro, da casa própria e do cartão de loja, e se um ligeiro puxão na corda do seu pescoço colocaria você em sérias dificuldades respiratórias, não tenha dúvida: você não sabe nada de juros. Diz o adágio financeiro: ‘Quem entende de juros recebe; quem não entende paga.’ Chocante assim.
O famoso físico Albert Einstein, ganhador do Prêmio Nobel, já dizia: ‘Os juros compostos são a força mais poderosa do universo’. Esclarecendo, podemos definir juros como a remuneração de um capital, ou seja, nada mais do que um aluguel pago pelo uso do dinheiro. Há dois tipos de juros: os simples e os compostos. Nos simples ou lineares, os juros incidem exclusivamente sobre o capital inicial; nos compostos ou exponenciais, sobre o capital inicial, bem como sobre os juros acumulados, ou seja, juros sobre juros. Todos sabem que os juros pagos ou recebidos no Brasil são os maiores do mundo. Donde se conclui que, para o investidor, em relação aos juros compostos, é um paraíso e, ao contrário, para o devedor, um inferno.
Todos os financiamentos no Brasil usam os juros compostos como remuneração sobre o capital, tais como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos bancários, financiamentos de carro, casa própria ou cartão de lojas, entre outros. Mas como fugir de financiamentos se você não tem dinheiro vivo no momento? É muito fácil: basta não gastar mais do que ganha, poupar e investir, tendo como dogmas pétreos a disciplina e a perseverança. Diz-se que sem poupança não há investimento.
Por exemplo, se deseja comprar um carro, faça um autoconsórcio, bilateralmente. Dirija-se ao seu banco e faça uma poupança programada no dia de seu pagamento. Após você fazer os cálculos na ponta do lápis, determine o valor mensal e o prazo. Religiosamente, o banco desconta em sua conta o valor acordado e faz, automaticamente, uma aplicação em seu nome, na caderneta de poupança ou mesmo em fundos DI, por exemplo. No mês seguinte, novo desconto, e os juros compostos começam a correr. Eis a mágica trabalhando a seu favor. Considere esse montante ‘imexível’: lembre-se da disciplina e perseverança. No final do prazo estipulado, você terá o dinheiro para comprar um carro à vista e com desconto. Se fosse financiado, você compraria um e pagaria por dois carros, no mínimo. E assim e assado, é válido para todas as compras, até mesmo para sua aposentadoria. Simples assim.
Destarte, você então fugirá dos juros compostos que trabalham contra você, fazendo uma poupança ou aplicação na qual os juros trabalharão a seu favor, e não terá de fazer juras para pagar juros...”
* Empresário, médico ortopedista e traumatologista