Após o impacto inicial da pandemia, os esforços para combatê-la e mitigar seus efeitos negativos vieram de todos os lados. Observou-se uma mobilização generalizada na sociedade, que envolveu as mais diversas áreas do conhecimento, e a atuação dos profissionais das engenharias e de tecnologia da informação foi essencial para tomada de decisão e ações efetivas.
Segundo a Gestora do Instituto de Exatas do Centro Universitário Newton Paiva, Dra. Regiane Burger, a tecnologia tem sido fundamental no gerenciamento da crise. “O uso da ciência de dados foi decisiva para avaliar os índices de transmissão em regiões específicas e viabilizar decisões mais assertivas por parte das autoridades. Um case de sucesso nesse sentido é a Alemanha, que conseguiu manter o contágio controlado por meio deste método”, explica.
Burguer ressalta também a importância da integração das exatas com a área da saúde. “A nanotecnologia aliada a engenharia e a saúde produz equipamentos para entender e interferir em níveis moleculares e atômicos. Esse tipo de prática já é utilizado em processos de diagnóstico e tratamento de várias doenças, como exemplo do uso de nanorobôs que podem percorrer o corpo humano com funções definidas.”, esclarece.
Além de poder ajudar no combate ao vírus, a tecnologia foi fundamental na manutenção das estruturas econômicas. O trabalho remoto, reuniões por vídeo conferência e transferência de dados em tempo real, possibilitaram suas atividades das empresas continuassem durante o isolamento social. Além disso, permitiu que a informação continuasse circulando rapidamente e que muitos processos fossem automatizados.
Para a especialista, o papel desempenhado pela tecnologia durante o período de crise reforça sua importância no contexto de transformação digital que vivenciamos em todas as áreas. “Os profissionais de exatas são estratégicos no caminho para a chamada economia 4.0, que se refere à estruturas mais integradas, otimizadas e adequadas às demandas contemporâneas,” avalia.
Economia 4.0
Esse novo momento da economia deve trazer demandas e desafios específicos para os profissionais de exatas. Regiane destaca a inteligência artificial como uma das tendências aos quais os profissionais devem estar atentos. “Ferramentas como ciência de dados, computação cognitiva, big data e internet das coisas já fazem parte da realidade de muitas empresas, e o mercado espera que os profissionais tenham domínio sobre elas”, afirma.
Outro conceito-chave para compreender a economia 4.0 é o de Cidade Inteligente. Atualmente, a transformação dos espaços urbanos em ambientes modernos e sustentáveis está ocupando a agenda dos gestores públicos. Para alcançar esse objetivo, eles contam com a ajuda dos profissionais de tecnologia para o desenvolvimento de soluções voltadas para a melhorar a mobilidade, aumentar a segurança dos habitantes e reduzir a poluição.
A Gestora do Instituto de Exatas relembra ainda que as mudanças não devem se limitar aos espaços urbanos. “Foi-se o tempo em que as redes de internet e a telefonia não chegavam nas fazendas. As demandas do agronegócio também estão ficando cada vez mais sofisticadas. Atualmente, grande parte do maquinário agrícola é automatizado, o que otimiza todas as etapas da lavoura e aumenta a produtividade”, explica a especialista.
Por fim, A Dra. Regiane destaca que, apesar de extremamente importantes, somente as competências técnicas não podem garantir um bom desempenho profissional. “Atualmente as chamadas “Soft Skills”, que são habilidades comportamentais, tem sido cada vez mais exigidas dos profissionais. Diante dessa realidade, as escolas modernas já preparam os alunos em termos de inovação, influencia social, pensamento analítico e crítico, criatividade, resiliência e flexibilidade”, finaliza.