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Estado de Minas ESPECIAL

Serviço de inteligência dos bombeiros segue nas buscas em Brumadinho

Já são mais de seis meses de trabalho contínuo na região desde o início das operações


Brumadinho e região | Reconstrução
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Brumadinho e região | Reconstrução
postado em 30/06/2019 06:07 / atualizado em 11/07/2019 14:01

Profissionais trabalham dia e noite utilizando o sistema de inteligência dos bombeiros para localizar as vítimas ainda desaparecidas pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho(foto: Arquivo/Vale)
Profissionais trabalham dia e noite utilizando o sistema de inteligência dos bombeiros para localizar as vítimas ainda desaparecidas pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (foto: Arquivo/Vale)

O propósito não mudou desde que as primeiras equipes chegaram ao Córrego do Feijão, naquele 25 de janeiro: parar só depois de encontrar a última pessoa desaparecida. Cinco meses depois, o efetivo do Corpo de Bombeiros empenhado nas buscas mantém o mesmo patamar desde o início da operação: em média, 150 bombeiros diariamente, acompanhados de cães e drones. A estratégia agora para localizar as vítimas é cruzar dados diversos num serviço de inteligência que atua dia e noite.
 
As operações em campo começam às 6h e têm avançado para o período noturno. Dependendo do local, vão até as 22h com a ajuda de equipamentos de iluminação. Mesmo durante a madrugada, o trabalho de cruzamento de dados corre a pleno vapor no posto de comando. O objetivo é entender a dinâmica do ocorrido, a partir do perfil de cada uma das 24 pessoas ainda não localizadas.
 
“O trabalho consiste em cruzar dados que informem quais eram os locais onde elas estavam no momento do rompimento da barragem, como estava o comportamento do fluxo de lama, comparando a localização original dos piezômetros (instrumentos que medem a pressão da água na barragem) e onde eles foram encontrados. Também verifica onde foram achadas outras pessoas dos grupos dos quais elas faziam parte para traçar possíveis lugares onde estariam no momento do ocorrido”, explica o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos Bombeiros. Foram feitas ainda entrevistas com sobreviventes e funcionários em busca das prováveis localizações. “As últimas vítimas foram encontradas graças ao serviço de inteligência”, relata.
 
A previsão é continuar nesse processo nos próximos dias. A partir do serviço de inteligência, as buscas se mantêm há algum tempo com o suporte de máquinas pesadas para remover o minério e permitir a chegada a locais antes inacessíveis. O tenente Aihara destaca que, embora menos de 10% da quantidade de rejeitos tenham sido removidos, 91% de vítimas foram localizadas.  
 
Os militares que integram as operações em Brumadinho explicam que dos 10 milhões de metros cúbicos de rejeito que vazaram da Barragem I, ficaram depositados 7 milhões na chamada zona quente, que compreende os 10 quilômetros da barragem ao Rio Paraopeba. Essa é a quantidade do que desceu até o encontro do rio com o Ribeirão Ferro-Carvão. O restante foi levado a partir dali, pelo curso do Paraopeba.
 
O trabalho de remoção é feito cuidadosamente e com o monitoramento dos Bombeiros. Em cada escavadeira, há um militar ao lado da cabine do condutor, que verifica o terreno visualmente. Se nada for encontrado, o rejeito é levado para um local dentro da mina de Córrego do Feijão e, depois de seco, é novamente vistoriado com a ajuda dos cães farejadores.

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