Análises recentes do Instituto Mineiro de Gestão das Águas(Igam) mostram que os rejeitos da barragem da Mina do Córrego do Feijão não atingiram o Rio São Francisco, permanecendo no reservatório da Usina de Retiro Baixo, em Pompéu, a 315 quilômetros do rompimento da B1 em Brumadinho. Pesquisadores fizeram expedição de oito dias pelo curso d’água, coletando dados que indicaram não haver evidências de contaminação. O monitoramento emergencial da qualidade da água no Paraopeba é feito pelo instituto desde o primeiro dia após o rompimento da barragem da Vale.
Desde o fim de março, o Igam não detecta níveis de mercúrio e chumbo acima dos limites legais. A presença desses metais pesados, observada nos primeiros 40 quilômetros da barragem, foi o que levou a autarquia estadual a proibir a captação direta da água do rio. A proibição ainda se mantém como medida preventiva. A entidade afirma que houve diminuição da concentração geral de metais nas águas do Paraopeba.
O Igam informa ainda que os resultados permitem afirmar com segurança técnica que não há evidências de que os rejeitos minerários tenham ultrapassado os limites de Retiro Baixo, sem atingir o reservatório de Três Marias e o Rio São Francisco. No entanto, apesar dessas evidências, o monitoramento vai continuar. O instituto observa que tudo depende da dinâmica de transporte de sedimentos do rio, que varia de acordo com a quantidade e intensidade de chuva, o tempo de detenção do reservatório e a granulometria do rejeito.De acordo com o Igam, os órgãos ambientais envolvidos no monitoramento permanecem vigilantes no acompanhamento da dispersão dos rejeitos.
A inspeção da qualidade da água é realizada semanalmente nas 16 estações de amostragem no leito do rio. Segundo a entidade, mais de 4 mil dados e amostras foram coletados em aproximadamente 250 quilômetros de rios e lagos, desde Brumadinho até os reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias.