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Estado de Minas ESPECIAL

Brumadinho e região: acolhimento e segurança orientam ações da Vale

Ponto a ponto, a mineradora vai trazendo a normalidade de volta, com ajuda humanitária, reparação do meio ambiente e obras de engenharia


Brumadinho e região | Reconstrução
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Brumadinho e região | Reconstrução
postado em 30/06/2019 06:21 / atualizado em 01/07/2019 11:08

Erika Gonçalves, cozinheira(foto: Alain Dhome/Esp. EM)
Erika Gonçalves, cozinheira (foto: Alain Dhome/Esp. EM)

Pouco mais de cinco meses depois do rompimento da Barragem I, da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, a Vale vai, ponto a ponto, buscando resgatar a normalidade para reconstruir vidas e lugares e evitar novos desastres. Com 246 mortos e 24 desaparecidos, até o momento, a tragédia trouxe dor e perdas irreparáveis, além de ensinamentos sobre respeito às pessoas, segurança e reparação.  Foi, sem dúvida, o pior momento da história da empresa, que não será mais a mesma depois de tudo o que aconteceu. O foco continua na assistência a todos os atingidos e na reconstrução. Em outras cidades, onde o sinal de alerta foi dado pelo risco de colapso de estruturas da Vale, o cotidiano também foi alterado em nome da segurança.

Assistência médica, psicológica, acolhimento e apoio logístico se tornaram rotina nesses municípios. Desde 25 de janeiro, data da tragédia, 1.009 pessoas de Brumadinho, Barão de Cocais, Macacos, Nova Lima, Ouro Preto e Rio Preto foram realocadas em moradias provisórias, hotéis, pousadas ou casa de amigos e parentes. A consequência imediata dos riscos foi o transtorno causado à população, levando a Vale a focar em ações de reparação e prestação de assistência aos atingidos.

Acolhimento, obras de recuperação de infraestrutura, auxílio financeiro, indenizações e aportes a instituições são a frente do apoio humanitário, que inclui a criação de uma diretoria especial de reparação. Um verdadeiro mosaico de reconstrução territorial, de rotinas e da própria empresa, interligando gente e grandes intervenções, feito para que tragédias como a de Brumadinho nunca mais se repitam.

Nele, pessoas são conectadas a obras de engenharia por meio de uma nova chance. Caso da motorista Michele Auxiliadora dos Reis, de 30 anos, que realizou o sonho de trabalhar atrás do volante. Antes de entrar na Vale, há cerca de um mês, ela ajudava o pai no transporte escolar. Agora sua função é atender aos trabalhadores no deslocamento dentro da mina de Córrego do Feijão, levar e buscá-los em casa. “É a primeira vez que trabalho com o que gosto. Antes, não havia esse tipo de oportunidade em Brumadinho”, diz.

Pouco a pouco, o cotidiano de quem mora na cidade se refaz. No aspecto emocional ou na atividade produtiva, o desafio agora é seguir adiante. Uma das frentes de trabalho é a retomada produtiva de quem teve atividades de renda interrompidas.

Produtor rural Reinado Lemes Soares começa a retomar atividade(foto: Alain Dhome/Esp. EM)
Produtor rural Reinado Lemes Soares começa a retomar atividade (foto: Alain Dhome/Esp. EM)
Mas é preciso paciência, como diz o produtor rural Reinaldo Lemes Soares, de 48 anos, cujo sustento é a produção de leite. Antes do rompimento, tirava para uma cooperativa de 80 a 100 litros por dia. Depois da tragédia, a produção foi interrompida e, devagar, está retomando o rumo. Hoje, consegue tirar uma média de 30 litros diários. A propriedade é contornada pelo Rio Paraopeba. “Não podemos ter contato com a água. Tinha 115 cabeças de gado. Fiquei sem produção e com dívidas de maquinário que tinha comprado”, conta.

A solução foi confinar o gado numa lagoa isolada, até a Vale pôr 4 mil metros de cerca às margens do rio. A água usada na casa vem de caminhão-pipa. São 40 mil litros por semana. Para consumo humano, recebe da empresa a água mineral. “Desde o dia do rompimento, a Vale ofereceu apoio, tanto de infraestrutura quanto de insumos e consultoria técnica. Fiquei feliz que a empresa não se eximiu de suas responsabilidades. Creio que, assim, até o final de julho já terei voltado a produzir o mesmo que antes da tragédia”, relata.

Quem também não vê a hora de retomar a normalidade é a mulher dele, a cozinheira Érika Ferreira Gonçalves, de33. Ela usa a nata do leite para fazer manteiga, requeijão e biscoitos. Sem renda, começou a trabalhar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brumadinho. A cidade recebeu da Vale R$ 2,6 milhões para a compra de equipamentos de emergência e contratação de profissionais nas áreas de saúde e psicossocial. “Dá dó ver o tanque de leite parado,cheio de poeira. Com a volta da produção do Reinaldo, estou contando os dias para fazer meus quitutes. Vinha gente de Belo Horizonte comprar aqui na porta. Se Deus quiser,volto a produzir mês que vem.” 

A recuperação do Paraopeba traz confiança para a administradora Carla de Laci, de 46. A Estação de Tratamento de Águas Fluviais (ETAF) é a esperança de que as águas do rio cheguem revitalizadas e sem rejeitos às suas terras, onde produz hortaliças e cachaça. Análises de laboratórios atestam que em alguns pontos do curso d’água as condi-ções já voltam às mesmas de antes do rompimento por conta do início do período de estiagem. 

Em Brumadinho, a Vale estruturou pontos de atendimento para prestar diversos serviços, como o acolhimento às famílias. Servem ainda para disponibilizar itens de farmácia (89 mil já comprados) e alimentos. Só de água foram entregues 190 milhões de litros. Caminhões-pipa abastecem propriedades para consumo animal e irrigação agrícola ao longo da Bacia do Paraopeba. A empresa disponibilizou canais telefônicos para que a população solicite apoio. 

Ainda hoje, 10 hospitais e unidades de saúde estão mobilizados. Há também cinco pontos de atendimento em Brumadinho, Macacos e Barão de Cocais para acolhimento,suporte e suprimentos. Ao todo, 8,9 mil atendimentos médicos e psicológicos ocorreram nesses municípios.

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