“Mais que optar por uma ou outra forma de parto, é essencial que cada paciente esteja em sintonia com o médico e, de posse das informações corretas, decida de forma alinhada com ele qual a melhor escolha, levando-se em conta a saúde e a segurança da mãe e do bebê”.
A opinião do médico pediatra Guilherme Lobo da Silveira, assessor de Atenção à Saúde da Unimed Federação Minas, coloca em pauta um assunto que vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões da obstetrícia: o parto adequado. Este conceito coloca em foco a preservação da saúde e segurança clínica, a participação da mãe nas decisões e o papel do médico, proporcionando informação adequada e uma melhor experiência de cuidado.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no início do programa, a taxa de cesáreas na saúde suplementar era de 84,6%. Em 2018, esse índice caiu para 83% – queda pequena frente à recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 15%. Para melhorar esse quadro, a ANS criou, em 2015, o programa Parto adequado, que busca valorizar o parto normal e reduzir o número de cesáreas sem indicação clínica.
“Um parto adequado visa, sobretudo, conscientizar e subsidiar com informações qualificadas as futuras mamães e toda a rede de apoio – da família à equipe médica – sobre a realização de cesáreas sem indicação clínica”, diz o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar.
O programa é fruto de uma parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Instituto para Melhoria da Saúde de Boston, nos Estados Unidos, com apoio do Ministério da Saúde. As instituições que já aderiram a ele estão protagonizando a criação de um novo modelo de assistência materno-infantil para o Brasil. Com isso, já conseguiram evitar a realização de 20 mil cesáreas sem indicações clínicas.
Iniciativa na prática e os avanços obtidos com as ações
O Sistema Unimed mineiro apoia o Parto adequado. A Unimed-BH entrou como apoiadora do programa em 2015. Em 2017, a Maternidade Unimed-Unidade Grajaú passou a integrar o grupo de hospitais que fazem parte da segunda fase do programa da ANS. Dentro da rede prestadora, o Hospital Vila da Serra e a Maternidade Neocenter também fazem parte do programa Parto adequado.
Na Unimed Sul Mineira, em Pouso Alegre, o programa também tem avançado. A médica de família e comunidade Maria Luiza Rennó, do Serviço de Atenção Integral à Saúde da Unimed Sul Mineira, afirma que é importante intervir por meio da cesárea em casos que esse procedimento for realmente necessário, com objetivo de diminuir a morbidade neonatal e a mortalidade materna. Embora haja avanços, Rennó reconhece que os índices ainda precisam ser melhorados e que a Unimed espera atingir a meta proposta pelo programa nos próximos anos.
Para o médico Guilherme Lobo da Silveira, o parto adequado é aquele que é mais indicado à saúde e à segurança do bebê e da gestante, independentemente de ser normal ou cesárea.
“O parto deve ser pensado para cada caso. Como todo procedimento cirúrgico, a cesariana deve acontecer quando há indicação médica, depois de se avaliar riscos e benefícios”, pontua.
É pensando nisso que a Unimed Federação Minas disponibiliza para as Unimeds ações de promoção à saúde, por meio do programa Saúde da Gestante. A iniciativa inclui materiais como cartilhas e cartão da gestante, cujo objetivo é orientar e auxiliar as futuras mamães na prevenção de possíveis riscos. Além disso, por meio do programa, as gestantes recebem orientações sobre o período da gestação, o parto e pós-parto.
Com mais segurança e menos ansiedade
Com uma gravidez planejada, Tamyres Araújo Moreira Maciel, 31 anos, sabia que muitas mudanças a acompanhariam. “Foram nove meses vividos intensamente. A barriga foi crescendo e com ela a ansiedade, principalmente em relação ao dia do parto”, relembra a mãe de Pedro.
Ela conta que, com o apoio do Grupo de Gestantes da Unimed-BH, se preparou, física e emocionalmente para o parto normal. As contrações começaram exatamente no dia em que o marido voltava de uma viagem. Ao chegar à Maternidade Unimed-Unidade Grajaú, foi para o quarto PPP – pré-parto, parto e pós-parto, onde teve o auxílio do próprio obstetra e apoio da mãe e do marido. “Queria um parto que fosse melhor para mim e para o meu filho. A gente tem que ir com o coração aberto e com confiança em nosso médico”, conta.
Pedro nasceu saudável e, sete dias após o parto, uma enfermeira da UniBaby visitou a família para ajudar nos cuidados básicos com o bebê e orientar sobre mudanças de rotina e adaptações necessárias. “Ter o apoio de uma equipe de saúde que entende o parto como um momento especial e que, acima de tudo, agiu com segurança e tranquilidade, fez toda a diferença para que o parto fosse o mais adequado para nós”, celebra Tamyres.