Livro
Substantivo masculino aqui singular; sujeito a plural
Objeto controverso, de forma, textura, tamanho e natureza variáveis
Quase todos concordam perigoso. Alguns, extremamente.
Habitam à beira da cama, em mesinhas, cadeiras, banquetas,
mas também em estantes onde se juntam – organizadamente
ou não – a outros, menos e mais importantes, e onde
repousam virgens ou se dão ao deleito,
sendo indecentemente abertos quando se quer.
Reproduzem-se em máquinas que os copiam
à semelhança uns dos outros,
ou de uma matriz, mas desde meados do século XX
vêm se tornando fantasmagóricos,
reproduzindo-se antes de existirem
ou existindo por meio de materialidades instáveis e variáveis.
Duráveis, conforme o cuidado de seus proprietários
ou a fúria censora do momento.
Feitos para conter, para transmitir e
para perturbar, no que têm tido êxito.
SOBRE A AUTORA
Ana Elisa Ribeiro, nascida em Belo Horizonte, é doutora em linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professora do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG). É autora dos livros Anzol de pescar infernos, Xadrez e Álbum. Foi uma das editoras da coleção Leve um livro, que distribuiu poesia contemporânea em BH por três anos. O poema acima integra o livro Dicionário de imprecisões, que será lançado amanhã, das 14h às 17h, no espaço Guaja, Avenida Afonso Pena, 2.881, Bairro Funcionários, em BH.
Substantivo masculino aqui singular; sujeito a plural
Objeto controverso, de forma, textura, tamanho e natureza variáveis
Quase todos concordam perigoso. Alguns, extremamente.
Habitam à beira da cama, em mesinhas, cadeiras, banquetas,
mas também em estantes onde se juntam – organizadamente
ou não – a outros, menos e mais importantes, e onde
repousam virgens ou se dão ao deleito,
sendo indecentemente abertos quando se quer.
Reproduzem-se em máquinas que os copiam
à semelhança uns dos outros,
ou de uma matriz, mas desde meados do século XX
vêm se tornando fantasmagóricos,
reproduzindo-se antes de existirem
ou existindo por meio de materialidades instáveis e variáveis.
Duráveis, conforme o cuidado de seus proprietários
ou a fúria censora do momento.
Feitos para conter, para transmitir e
para perturbar, no que têm tido êxito.
SOBRE A AUTORA
Ana Elisa Ribeiro, nascida em Belo Horizonte, é doutora em linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professora do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG). É autora dos livros Anzol de pescar infernos, Xadrez e Álbum. Foi uma das editoras da coleção Leve um livro, que distribuiu poesia contemporânea em BH por três anos. O poema acima integra o livro Dicionário de imprecisões, que será lançado amanhã, das 14h às 17h, no espaço Guaja, Avenida Afonso Pena, 2.881, Bairro Funcionários, em BH.