Os reis do carnaval, coroados durante aquela festa na Idade Média, para contestar com humor o poder vigente, voltaram à moda. A própria existência dessa brincadeira, que dava palco a “líderes jocosos”, próximos do povo e anti-establishment, já servia para desancar tudo. A analogia com aquela eleição popular, disruptiva e festiva de outrora embasa a reflexão do escritor franco-italiano Giuliano Da Empoli no livro Os engenheiros do caos. No Brasil, o título mereceu adendo explicativo: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições.
A partir da comparação de projetos nacional-populistas encabeçados por figuras como Boris Johnson, Donald Trump, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro, o autor avalia a estratégia que mira o big data e mimetiza o funcionamento de plataformas baseadas em engajamento. Com a carnavalização da política, piadas de mau gosto ganham palanques em microfones oficiais de presidentes, ministros e parlamentares, institucionalizando a chacota e o cinismo, de tão cotidianos. No livro, Da Empoli aponta chaves de entendimento peculiares para o processo como um todo. “A burrice aparente é a inteligência do projeto político”, afirmou, de Paris, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, via Skype.
Quem são os engenheiros do caos e por que você os chama assim?
Os engenheiros do caos são os consultores políticos e alguns políticos mesmo que importaram a lógica e a funcionalidade de grandes plataformas da internet para a política. Plataformas como YouTube, Facebook e tantas outras funcionam baseadas em um critério, que é engajamento. Perfilam e analisam as preferências das pessoas usando inteligência artificial e automatização e então, te entregam mais daquilo que você pediu. Se você procurou algum tipo de conteúdo inocente como “gatinhos”, vai receber mais “gatinhos”. Se pediu algo mais violento ou político, vão te inundar com isso. E não o fazem de maneira perfeitamente simétrica porque sabem que alguns conteúdos funcionam melhor que outros para garantir engajamento e para criar sentimentos fortes. Então, essas plataformas tendem a arrastar as pessoas para conteúdos que podem engajar mais, o que são normalmente conteúdos políticos extremos, coisas que provocam fortes reações. Assim são as plataformas. Os engenheiros do caos pensam que partidos e movimentos políticos podem se mover e funcionar exatamente dessa mesma forma. Basicamente, usam a tecnologia para determinar perfis de eleitores, dividi-los em diferentes grupos e, em vez de dar a mesma coisa a todos, proporcionar diferentes conteúdos para cada grupo de modo a potencializar o engajamento. O objetivo, mais do que ter programa ou visão política coerentes, é criar o máximo em excitação de respostas, mesmo que você tenha que dizer e enviar mensagens muito contraditórias.
Isso é o que se poderia pensar, de certa forma, se usarmos um velho modelo mental. Um bom exemplo, recente: Trump sobe em um palco no Colorado e diz aos eleitores de lá que está construindo um belo muro para proteger o Colorado da imigração. Mas o Colorado não faz fronteira com o México, então isso seria impossível. Ele faz esse tipo de coisa basicamente todos os dias e se poderia pensar que isso o destruiria…
Que seria um erro, ou uma burrice…
Sim, mas na realidade, o que ele faz é atingir basicamente alguns importantes objetivos políticos: primeiro, faz com que as pessoas falem sobre o tema que ele escolheu. Você vai falar sobre o muro dele, mesmo que seja para corrigi-lo, dizer que não tem como fazer um muro entre o Colorado e o México; ele está definindo a agenda. Porque mesmo para contestar, te força a falar sobre o muro. Em segundo lugar, ele prova que não é parte do establishment, não é um daqueles professores tediosos, jornalistas, acadêmicos que estão sempre prontos a ensinar aos outros o que é verdade, o que não é. Ele é alguma coisa diferente e combate esse establishment, com vigor, ao atacar o jornalismo, a ciência. E sempre que essas instâncias se enfurecem contra ele, ele ganha mais pontos, porque ele é contrário a esse establishment. Em terceiro lugar, ele é um líder, tem força de vontade porque pode banir a realidade à sua própria visão. Então não é como aqueles outros políticos chatos que dizem ‘isso não é possível, isso é complexo, não podemos fazer isso’. Ele pode impor sua vontade, mesmo à realidade, e isso mostra uma força de liderança. E, por último, o que ele faz é criar uma tribo com fake news. Você não precisa ser parte de um grupo para acreditar na realidade, nas notícias normais. Mas para acreditar que há um muro em construção entre o Colorado e o México, você tem que ser um crente, parte do grupo de apoiadores, do exército dele, do povo dele. Então esses líderes podem produzir um monte de efeitos que não se esperaria. Mas eles estão aí. Têm funcionado para Donald Trump nos Estados Unidos, para Matteo Salvini na Itália e também talvez esteja funcionando no Brasil, com o presidente de vocês, Jair Bolsonaro.
Essa criação de outras realidades, com a implosão dos conceitos de direita e esquerda e da carnavalização da política, é o que permite que políticos como esses consigam apoio popular para reformas impopulares, como a da Previdência no Brasil, por exemplo?
Quebrar a divisão tradicional entre esquerda e direita é um dos objetivos principais desses líderes. Comumente eles vêm ou jogam na extrema direita, mas se eles se mantivessem ali, não teriam apoio suficiente para chegar ao poder. Substituem essa polarização original da direita versus a esquerda por uma nova divisão que os favorece: a divisão que coloca de um lado os políticos corruptos, a elite e o establishment, e do outro lado o povo de verdade. Quando fazem isso, conseguem apoio às vezes, ao mesmo tempo, da extrema direita e da extrema esquerda. É o que se passa agora na França, onde metade dos apoiadores da extrema esquerda dizem nas pesquisas que estarão prontos a votar em Marine Le Pen, a líder de extrema direita, na próxima corrida presidencial. Então conseguir fazer isso pode ser um caminho de sucesso para eles. E o fazem não por adereçar questões sociais ou econômicas, mas focar em questões como imigração e segurança, que funcionam bem mesmo entre esses eleitores da esquerda. E isso coloca, de alguma forma, políticas impopulares de lado no debate.
Parece que os partidos de direita entenderam o lugar do big data na tomada de decisões em geral. Qual seria o caminho para a esquerda? Jogar o mesmo jogo?
É preciso entender que estamos em um ambiente totalmente novo. E a razão por que políticos extremados chegaram lá antes é porque comumente tinham a sensação de não obter sucesso no ambiente mainstream anterior. Então foram para as margens, para mídias e rotas alternativas. Foi o que aconteceu nos EUA, quando pessoas como Andrew Breitbart e Steve Bannon de alguma forma colocaram lenha na revolução cultural de mídias sociais de Donald Trump, pensando: “Se a mídia massiva é contra a gente, a internet é terra selvagem que podemos, de alguma maneira, conquistar”. Então concentraram a energia nisso. Claro que os políticos convencionais estão habituados à mídia convencional, é quase inevitável que estejam atrasados. Mas precisam se atualizar porque esta é a nova arena onde boa parte da política é feita. Não significa que eles precisam adotar o mesmo sistema, ir na mesma direção, mas isso já aconteceu antes. Nos anos 1930, o surgimento de uma nova mídia – o rádio –, foi mais bem explorado primeiro por políticos extremistas, na Europa. Mas também nos EUA, com um empurrão populista. E, então, um político convencional como Franklin Delano Roosevelt apareceu e ele também soube usar massivamente a nova mídia para levar a uma outra direção. Então, isso pode ser feito. Não estou dizendo que o meio de comunicação é neutro. No caso das plataformas digitais, é bem complicado, porque há sites que forçam a barra da polarização, da excitação... E não é só uma mídia, desta vez. É também um instrumento de inteligência, que está lendo o que você lê. Isso muda o jogo de uma maneira muito fundamental. Mas, ainda assim, muitos de nossos “políticos normais” estão tão sem noção, que terão de ser substituídos por outros que sejam melhores nesse jogo.
Estamos falando de disrupção digital também neste campo...
Exato. As expectativas das pessoas estão mudando radicalmente. Todos temos nos bolsos ferramentas que nos dão todas as respostas, e as esperamos com imediatismo. Hoje em dia, as selfies matam mais do que o terrorismo (risos). Tentando se arriscar naquelas melhores poses, centenas de pessoas morrem todos os anos, confirmou uma pesquisa recente. Estamos neste tipo de sociedade e esses novos engenheiros do caos e políticos populistas são bons em jogar esse jogo. É também um componente sobre o qual sempre falamos: o espectro de emoções negativas que eles despertam, mas também são bons em criar um senso de comunidade, em envolver as pessoas, em fazer com que se sintam pertinentes. É uma ilusão, na maior parte do tempo, é um truque, não é algo que está no campo do interesse real, mas quem quiser combatê-los precisa olhar para isso e mudar fundamentalmente a forma como faz política.
No livro, você menciona os pontos de conexão entre lideranças internacionais, como Victor Orban e Benjamin Netanyahu. Quão organizada é essa comunidade global de estrategistas, essa “internacional de nacionalistas”, como você chama? E do que ela é capaz?
Os populistas nacionais costumam ter essas grandes teorias da conspiração, com redes, George Soros, controles de pessoas, então não quero jogar esse jogo aqui e criar outra em direção contrária. Entretanto, ao mesmo tempo, precisamos estar cientes da troca constante que ocorre entre esses líderes e os spin doctors, os comunicadores por trás deles, o que é uma grande novidade. Na última campanha eleitoral europeia, houve um paradoxo: os partidos pró-União europeia não estavam unidos, não se comunicavam e tocavam campanhas separadas, e os que eram contrários à união, estavam conectados, eram líderes nacionalistas que promoveram grandes encontros internacionais. Matteo Salvini recebeu, em Milão, Marinne Le Pen e líderes nacionalistas holandeses e húngaros. Os mesmos temas, as mesmas campanhas tendem a viajar entre esses diferentes países. Se você escuta algumas das coisas ditas por Bolsonaro, algumas já foram usadas por Salvini na Itália, por Trump nos EUA, claro, uma enorme influência em todos os outros. Mas também por Netanyahu, um dos pioneiros, lá em 1996, a começar esta agenda nacionalista profundamente divisiva. Arthur Filkenstein, que era um grande consultor republicano que trabalhou em importantes campanhas nos EUA, se mudou para Israel para apoiar o Netanyahu e então para a Europa e se tornou o braço direito de Victor Orban, para comunicação. Então, ideias e pessoas circulam no mundo nacional populista também.
E você pontua várias coincidências nos métodos. Quando se debruça sobre o Movimento 5 Estrelas, na Itália, você cita a ignorância, as gafes frequentes das lideranças como “delícia dos jornalistas e adversários políticos”, que acabam por humanizar os personagens para que sejam percebidos como próximos do povo e distantes da casta. Em parte, há um domínio raro das técnicas algorítimicas – que poderiam ser definidas como um novo jogo – e em parte, podemos dizer que eles sabem muito bem como jogar um velho jogo?
Sim, quando se trata desses movimentos, parece muita burrice, mas essa burrice aparente é, de alguma forma, a inteligência do projeto político. Quando se trata por exemplo do Movimento 5 Estrelas, que está no poder agora na Itália e é o partido número um, foi um partido totalmente baseado em internet, criado por um webmaster e um comediante 10 anos atrás e se tornou um grande sucesso. Chama a atenção a forma como eles gerenciam toda uma liderança que tem que ser o mais básica possível. Fala como o povo, sem nenhuma instrução, competência ou experiência especial, naquela teoria psicológica de que se você quer falar com alguém, deve ser como esse alguém. Então, mesmo quando cometem erros quando falam, está tudo bem porque isso é parte do projeto. E por trás disso, há uma sofisticada máquina on-line, com algoritmos cientes do perfil de cada eleitor, alvejando mensagens de uma maneira muito inteligente, uma forma que outros partidos na Itália começaram a fazer com atraso e menos destreza. Você combina elementos de carisma, capaz de inflamar as pessoas com boa presença de palco, tão velhos quanto a Grécia Antiga, com estrutura digital complexa e então surge esse tipo de coisa pós-moderna que é, na verdade, surpreendentemente eficiente.
Quando observamos lideranças como Donald Trump, Boris Johnson e Jair Bolsonaro, há em comum uma imprensa capaz de criticar, mas essa imprensa não consegue sair da própria bolha. E resta a sensação de que, quanto mais apanham, mais eles crescem. Essa expansão não tem fim?
A mídia também precisa aprender como lidar com esses movimentos porque simplesmente não está acostumada com isso. No passado, um líder político que dissesse algo incorreto, abusivo ou falso, a mídia apontaria os problemas e o político se desculparia, sob pena de ter sua carreira encerrada. Mas o problema é que agora os políticos são tão pouco amados e desacreditados que de alguma forma, os líderes que espalham as notícias falsas ou reinventam realidades colhem bons frutos disso, porque as pessoas não aguentam mais o convencional. Preferem dar uma chance a esse tipo de líderes. E a mídia se tornou um amplificador para isso, porque não pode acreditar e cai nas armadilhas todas as vezes. Um tuíte de Bolsonaro e a imprensa passa 24 horas discutindo o tuíte. Ou um grupo extremista divulga um video on-line, feito para viralizar e pinçado pela mídia massiva, se torna uma grande coisa. Na Alemanha, o Movimento Identitário, de extrema direita, fez uma campanha com cartazes xenófobos. Como não tinham muita verba, colocaram os cartazes em partes das cidades em torno das sedes das principais TVs e jornais, porque sabiam que a imprensa falaria a respeito e a coisa ganharia outra dimensão. Com isso, ganharam grande exposição. Claro que é uma linha tênue. Se você é parte da imprensa, precisa reportar o que ocorre, se o presidente faz ou diz nada, é notícia. Talvez deveria ter ignorado antes, mas agora, no poder, é muito mais difícil. Mas ainda acho que há uma forma de tratar desinformação sem amplificá-la. Pode ser colocar em contexto, não depois, mas imediatamente. Noticiar e contextualizar. Não é fácil, trata-se de um novo léxico que precisa ser inventado, mas não sou necessariamente pessimista quanto a isso.
Se há a estratégia de ataques coordenados a jornalistas, há por outro lado o fato de que a imprensa tampouco seja amada. Esses políticos sabem disso e inflamam seus apoiadores contra essa atividade profissional, que segue fazendo barulho em cima dessas aspas criadas para viralizar. Se os políticos precisam se reinventar, a mídia também precisa fazer o mesmo, então?
A principal coisa é que todas essas provocações e fake news têm a função de definir a agenda. É claro que é preciso reportar o que está sendo dito, mas deveriam ser muito mais capazes de definir a própria agenda. Porque os líderes só querem falar sobre alguns temas. A imprensa alemã é boa nisso. Durante a última campanha, três anos atrás, os líderes da extrema direita eram monotemáticos: só falavam de imigração, o que os tornava populares. A imprensa, quando os recebia em programas de TV, se recusavam a deixar que falassem apenas sobre isso. Em um país com tantas questões, essa provavelmente não é a mais importante, tem a economia, a política social, e colocavam isso em contexto. E isso é muito importante, é para isso que a imprensa deve existir, definir a agenda, encontrar os temas que devem ser debatidos, com relevância.
Muitas vezes, quando tentam definir a agenda, cometem erros. Como no caso do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que citou o nazista Goebbels em discurso e acabou demitido. Qual o limite dessa estratégia?
Este exemplo foi incrivelmente estúpido. Francamente, normalmente, esses líderes, mesmo que venham da extrema-direita, realmente não brincam nesta área da comparação histórica com o fascismo. E eles a usam como uma arma contra seus inimigos, muitas vezes os associando a práticas fascistas. Este caso do secretário admirador de Joseph Goebbels, como eu entendi, é extremo. Mas isso não significa que são invencíveis. Mesmo sem cometer esse tipo de erro, levam a expectativa tão alta que com frequência, podem facilmente decepcionar. Então, não fico realmente preocupado com o sucesso contínuo desses líderes. O que me preocupa é que, no poder, em determinadas instâncias, podem alterar as regras da democracia, mudar instituições, tornar impossível para que os outros retornem. Vimos isso na Rússia, é claro, na Hungria, Polônia, com várias transformações institucionais e sabemos que o mesmo ocorre no Brasil também. Eles podem introduzir modos mais autoritários e isso se tornar um perigo real. E mesmo para democracias fortes como os EUA e alguns dos países europeus, uma vez que você de alguma forma permite um certo tipo de discurso, de argumentos, redefine o que é respeitável, o que é possível em uma conversa normal. Quando se alarga isso, normaliza discursos racistas ou argumentos violentos, coisas que não eram toleradas no debate político por um longo tempo e agora são legitimadas. Quando fazem isso, a popularidade desses líderes cai um ponto, mas o clima está alterado. Não se sabe exatamente como retomar o clima, baixar a temperatura de novo. O risco é que líderes ainda mais extremistas tomem o bastão desses que estão no poder agora e continuem o trabalho. Essa é minha preocupação na Itália, por exemplo, porque temos visto isso. Então há uma ameaça, é uma situação complexa.
Para encerrar, vamos olhar adiante. Quando cita o futuro, com a internet das coisas, você menciona que ‘cada gesto vai gerar um fluxo de dados ligados a fatos como escovar os dentes ou adormecer no sofá da sala. Há como escapar dessa “indústria da vida”, este setor da economia destinado a canibalizar os outros? Alguma chance de o fetichismo tech dar lugar a uma visão crítica?
Neste sentido não sou particularmente otimista porque vejo uma grande e poderosa força rumando na direção deste ‘capitalismo da vida’, em que cada gesto pode ser monitorado e gerar lucro para alguém. E isso abre as portas para controle e manipulação ilimitadas. Há um livro muito bom, de Shoshana Zuboff, sobre o Capitalismo de Vigilância, que explica isso muito bem (The age of surveillance capitalism: The fight for a human future at the new frontier of power, sem tradução no Brasil). Mas o que está na origem disso é o conforto, nossa própria preguiça. Porque todas essas ferramentas geram tanto conforto e aparentemente simplificam nossa vida, então vamos apenas aceitar ser monitorados em tão distintas situações porque somos preguiçosos. Quero tirar vantagem do fato de que se meu celular sabe onde estou, pode me dizer onde estão os bares mais próximos ou o que posso comer agora. É o mesmo para tudo. Há dois antídotos principais: regulação é o primeiro claro. A Europa é lenta, mas está chegando lá, em alguma limitação no uso de dados pessoais, há um grande debate sobre reconhecimento facial, que alguns prefeitos querem introduzir nas cidades, por segurança e conforto. E isso é obviamente bem problemático: Berlim baniu isso alguns dias. As cidades e o comportamento do consumidor são o outro antídoto. Há uma evolução porque há seis anos, muito pouca gente debatia essas questões. E agora, elas são parte de um debate amplo. Vinte, 30 anos atrás, McDonald's era muito popular, todo mundo amava. E agora já se sabe que pode não ser a opção mais saudável se você come ali todo dia. É o mesmo para muitos desses apps que são junk food para seu cérebro. Haverá uma evolução, à medida em que as pessoas forem tomando consciência disso. Ela será rápida o suficiente para barrar este cenário distópico que temos adiante? Francamente, eu não sei. Mas espero que sim.