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Estado de Minas PENSAR

Palestinos e libaneses em defesa do direito à existência

Dois livros do palestino Mahmud Darwich e um romance da libanesa Hoda Barakat estão entre os lançamentos de destaque da editora Tabla


01/07/2022 04:00 - atualizado 30/06/2022 23:53

segmento da Capa do livro 'O tumor'
(foto: Reprodução)
Invasão. A usurpação da terra ocupada. Exílio e perda da identidade de quem ruma ao estrangeiro. Também há o exílio de quem fica, de um povo que, dentro de seu próprio país, se encontra despossuído de seu território, de seus direitos, de sua história. Tais são as marcas inequívocas daqueles não judeus nascidos nas terras da Palestina ou descendentes destes, dali expulsos. É em torno da temática das conquistas e reconquistas, das migrações forçadas, que na história da humanidade, dizem respeito também ao indígena das Américas, que com a chegada dos colonizadores nos séculos 15 e 16, perdem as terras e ganham bíblias.

É aos palestinos, mas também a todos os povos ameaçados em seu direito de existir, que Mahmud Darwich (1942-2008), considerado um dos maiores expoentes da literatura palestina e poeta nacional, tece os versos em “Onze astros”, pela primeira vez traduzido no Brasil por Michel Sleiman. “Onze astros” está entre os mais recentes lançamentos da editora Tabla, que publica livros referentes às culturas do Oriente Médio e do Norte da África. “Nosso objetivo é construir pontes culturais e o nosso desejo é apresentar e representar essas culturas de forma autêntica, longe dos estereótipos”, lembra a assessora de imprensa Ana Cartaxo.

Leia: Tabla: Milton Hatoum apresenta os destaques da editora

“Arrisco dizer que somos a única editora com esse foco no Brasil. Temos a sorte de trabalhar com os melhores tradutores do árabe no Brasil, como Safa Jubran, Michel Sleiman e Mamede Jarouche (tradutor do “Livro das mil e uma noites” pela Biblioteca Azul)”, destaca.

Em “Onze astros”, as vozes do exílio de povos de hoje e de ontem se elevam sobre a sinfonia da história. Desde os tempos remotos em que o povo palestino – judeu e não judeu –, antecedia aos judaísmos, cristianismos e islamismos, conforme sugerem os manuscritos milenares de Qumran encontrados na Cisjordânia ao final dos anos 40 e 50. Ao prefaciar a obra, Michel Sleiman considera: “O palestino que perde a casa e a adjacente terra para o estrangeiro judeu reconquistador de 1948, quando se decretou o Estado de Israel, e para o israelense conquistador de 1967, ano em que se deu a Guerra dos Seis Dias, é o andalusino de Granada que perde a casa para o reconquistador de Castela no ano de 1492. É também o ibérico, em vaivém de cigano, que perde a casa para o conquistador árabe no pretenso ano de 711”.

É assim que o exílio é a experiência histórica dos indígenas das Américas, e de todos os povos originais lançados à periferia dos sistemas – cujo direito à existência é, desde as colonizações, permanentemente combatido.

A palavra está com Mahmud Darwich, no poema lírico de abertura “Onze astros no último céu andalusino”: 

“Na última noite nesta terra, arrancamos nossos dias
dos arbustos e separamos as costelas, as que levaremos junto
e as que deixaremos aqui, na última noite
não temos tempo para despedidas, ou tempo para acabar as coisas,
tudo fica como está, é o lugar que vai trocar nossos sonhos
e vai trocar seus visitantes. De súbito, não saberemos como brincar, 
porque o lugar já aguarda seu hóspede por aqui, na última noite
contemplamos as montanhas cercadas pelas nuvens: conquista, reconquista,
o tempo antigo entrega ao tempo novo as chaves de nossas portas.
Entrem, então, conquistadores, entrem em nossas casas, bebam de nosso vinho
E de nossas doces muachahát. A noite é o que somos depois da meia-noite,
Sem o alvorecer trazido nas patas de um cavalo emissário do último chamado à oração.
Nosso chá é verde e quente, bebam-no, nosso pistache é crocante, comam-no, 
nossas camas são verdes, da madeira do cedro, usem-nas para descansar
após tão longo cerco, e durmam sobre as plumas de nossos sonhos, 
as camas estão forradas, o perfume recende à porta, há tantos espelhos, entrem,
nós sairemos de vez e logo procuraremos saber
como era nossa história em torno da história de vocês no país distante,
vamos ao final nos perguntar: o Andalus
era aqui ou lá? Na terra ou no poema?”
 
“Onze astros” traz ao leitor seis longos poemas líricos de Mahmud Darwich que orbitam em torno da temática da conquista, reconquista em seu central drama humano do exílio, que importa. “Violinos”, último verso livre do poema que dá nome ao livro, traz referência à brutalidade dos exércitos e às rupturas de referências históricas: 

“Violinos choram com os ciganos que se vão a Alandalus
Violinos choram pelos árabes que saem de Alandalus
 
Violinos choram por um tempo perdido que não volta
Violinos choram por uma pátria perdida que tem volta
 
Violinos incendeiam as matas de uma escuridão sem fronteiras
Violinos sangram os dentes farejando meu sangue nas veias (...) 
 
Violinos me perseguem ali, aqui, para vingarem-se de mim
Violinos querem matar-me sempre e onde me virem (...)”
 
É assim que “violinos” são liricamente referenciados por Mahmud Darwich a uma identidade coletiva abatida pela tragédia da força bruta, ora associados aos “cavalos em cordas de miragem e água gemente”; ou “ao exército que ergue túmulos de mármore e alabastro”; aos “bandos de pássaros que saltam da bandeira desaparecida”. Mas o autor também remete “violinos” à dor íntima e individual da paixão inacessível, interrompida pelo ir e vir do drama das migrações forçadas: “violinos são animal fustigado por unha de mulher que o arranha e ele se afasta”; “são o caos de um coração enlouquecido pelo vento do pé da dançarina”; “são queixas da seda enrugada na noite da apaixonada sozinha”.  

 

Exílio forçado

Nascido em 1941 no vilarejo de al-Birwa, na Palestina, Mahmud Darwich, o segundo de oito filhos de uma família sunita proprietária de terra, viveu aos 6 anos a violenta experiência da chamada Nakba palestina – em tradução livre “catástrofe”, quando cerca de 700 mil árabes, algo próximo à metade da população, foi empurrada para a diáspora, a maioria para os países vizinhos. Durante a guerra árabe-israelense que se seguiu ao fim do mandato britânico, em 1948, a vila de al-Birwa foi inteiramente destruída por Israel, forçando a família do poeta e escritor a refugiar-se no Líbano. Ao retornar clandestinamente um ano depois, a propriedade dos Darwich havia se transformado num colonato agrícola judaico. 

Mahmoud Darwich publicou pela primeira vez aos 19 anos, a partir daí, usando a escrita poética como poderosa arma de resistência à ocupação ilegal por Israel de territórios palestinos. Inequivocamente posicionado, foi o autor da Declaração de Independência Palestina proclamada por Yasser Arafat (1929-2004), em 1988. Traduzida em mais de 20 línguas, premiada internacionalmente, para além dos belíssimos poemas, a obra de Mahmud Darwich chega também em prosa ao Brasil, com a tradução de “Memória para o esquecimento”, por Safa Jubran, para a Tabla. O enredo da obra se passa em um único dia de 1982, na Beirute bombardeada e invadida, e o autor-narrador descreve o cotidiano de uma população sob o cerco de Israel. 

A prosa é concisa, poética e poderosa. Mahmoud Darwich descreve a experiência de acordar sob bombardeio: “Três horas. Um amanhecer montado no fogo. Um pesadelo vindo do mar. Galos de metal. Fumaça. Ferro preparando um banquete para o Ferro-Mestre e uma alvorada que irrompe em todos os sentidos antes de romper. Um rugido me expulsa da cama e me joga neste corredor estreito. Nada quero e nada desejo. Não consigo ordenar meus membros neste tumulto. Não há tempo para a cautela, nem tempo para o tempo. Se eu soubesse...se eu soubesse como organizar o acúmulo desta morte derramada. Se ao menos eu soubesse como libertar o grito contido num corpo que não é mais meu corpo, de tanto esforço despendido para se salvar da perseguição do caos ininterrupto das bombas. ‘Chega’, sussurro apenas para verificar se ainda consigo fazer alguma coisa que me guie e aponte para o abismo aberto em seis direções. Não posso me render a tal destino. E não posso resistir a ele. Um ferro late; outro para ele, uiva. A febre do metal é o cântico deste amanhecer”. 

 

Arador libanês

Também tendo Beirute por cenário principal, desta vez, devastada pela guerra civil (1975-1990), a Tabla faz chegar ao Brasil outra obra-prima: “O arador das águas”, da libanesa Hoda Barakat, nascida em 1952 e uma das vozes mais poderosas da literatura moderna árabe. O mais recente título da autora do premiado romance epistolar “Correio noturno” foi traduzido para o português por Safa Jubran. Sob os destroços da guerra, a história que atravessa sete mil anos de sucessivas civilizações é urdida por meio do tear da seda e tecidos nobres. Resiste nos porões da memória coletiva de seu povo. Integra o legado fenício, “aradores das águas”, que, muito antes de Cristo, entregam à humanidade o alfabeto fonético e as técnicas de navegação, mas deixando em Biblos, Tiro e Sidon a imortalidade das ruínas de uma aniquilada era de esplendor. 

Perdas, errância, violência, exílio, delírios, a obra de Barakat evoca a resiliência associada à fênix – pássaro mitológico que renasce das cinzas, à semelhança de Beirute, que, segundo o fio narrado entre as gerações, teria sido destruída e reerguida sete vezes.  O pano de fundo é a guerra civil que se abate sobre a capital libanesa, varrida, aniquilada pelas bombas. Como autênticos personagens, a autora apresenta os topônimos e ruas do antigo centro, relíquias milenares, entre elas o “Suq”, onde, após a morte dos pais e a eclosão do conflito, se passa a maior parte da vida do personagem narrador Nikula Mitri. 

Sobrevivente, sem família – o pai e a mãe já morreram quando a guerra se inicia –, com a sua casa invadida por refugiados, Nikula busca abrigo na loja de tecidos, herança paterna. Embora, assim como o Suq, completamente destruída em sua parte térrea, Nikula descobre que por detrás das portas seladas do subsolo, permaneceu intacto o precioso estoque de tecidos que um dia trouxeram prosperidade à família. É assim que a guerra varre as mercadorias baratas e decadentes como o Diolen, odiadas pelo pai, mas no porão, a essência é preservada, onde Nikula busca sentido ao caos e novo significado à sua identidade. 

O porão é o cenário, em que, impregnada de elementos do realismo mágico, Nikula, só e incapaz de precisar o tempo, sob bombardeios, interage em seus delírios com o pai, a mãe e a sua amada Chamsa, descendente de curdos, pouco importando o fato de tais presenças serem, há muito, parte do passado. À mulher, narra as histórias da seda e do tear, urdidura que construíram cidades, em permanente diálogo com os povos que por ali estiveram antes: fenícios, assírios, babilônicos, persas, gregos, bizantinos, árabes, omíadas, abássidas, cruzados, mamelucos e otomanos. Mas há também histórias dos armênios e dos curdos. Em completo isolamento, aos poucos a personalidade de Nikula vai se diluindo e transformando-se em um outro ser:  um animal. Um cão ou um lobo?
capa do livro 'Onze astros'
(foto: Reprodução)

“Onze astros”
• Mahmud Darwich
• Tradução de Michel Sleiman
• Tabla Editora.
• 112 páginas
• R$ 53,00

capa do livro %u201CO arador das águas%u201D
(foto: Reprodução)

“O arador das águas”
• Hoda Barakat
• Tradução de Safa Jubran
• Tabla Editora
• 240 páginas
• R$ 64,00. E-book: R$ 48,00

capa do livro 'Memória para o esquecimento'
(foto: Reprodução)

“Memória para o esquecimento”
• Mahmud Darwich
• Tradução de Safa Jubran
• Tabla Editora
• 214 páginas
• R$ 63,00. E-book: R$ 44,00

Tradutora Safa Jubran
Safa Jubran (foto: Reprodução)


ENTREVISTA
Safa Jubran (tradutora de “O arador das águas” e “Memória para o esquecimento”)


Qual é o principal desafio para a tradução do árabe para o português?
Fazer a mediação entre dois textos, duas línguas, duas culturas sem domesticar nem exotizar.

 Que característica destacaria da cultura libanesa que permeia “O arador das águas”? 
 Talvez a relação intensa dos habitantes com o lugar, o convívio de várias culturas sobre o mesmo solo. Muitos são os trechos que me impressionaram e me marcaram, destaco os trechos em que o narrador “fala” com a sua amada: “O que você faz comigo, Chamsa? Por que com você eu aprendo a graça das coisas, enquanto comigo você aprende a falta dessa graça e a agonia de alcançar sua plenitude? É porque você é mais sábia do que eu? Ou mais humilde? Ou mais brilhante e menos temerosa dos perigos da perda? O que você faz comigo, Chamsa, quando me atormenta? Você some. Depois, volta com palavras alegres, ciente de tê-las escolhido por sua leveza e sabendo que elas não preenchem o vazio nem diminuem o peso da sua ausência”.
 
Que característica destacaria da obra de Mahmud Darwich, “Memória para o esquecimento”, também traduzida por você? Há pontos de contato com “O arador das águas”?
O ponto de contato mais óbvio é Beirute, um palco dos acontecimentos em ambos os livros. É também a cidade desconcertante que resiste a todos e a todas as definições. Não dá para falar sobre este livro em poucas palavras, destaco, porém, a linguagem simbólica e a intertextualidade empregada neste texto pelo poeta Mahmud Darwich.


Poesia em Gaza

O mais recente lançamento da Tabla é “Gaza, terra da poesia”, antologia inédita que reúne poemas de 17 jovens nascidos em Gaza, na Palestina, entre os quais, Muhammad Taysir, organizador da coletânea. Publicado em Beirute pela editora Almuassasa Alarabiyya Liddirasat Wannachr, no final de 2021, esta edição brasileira é a primeira tradução da obra. 

Coordenado por Michel Sleiman, professor de Língua e Literatura Árabe da USP e por Safa Jubran, o Grupo de tradução da Poesia Árabe Contemporânea (GTPAC) é o coletivo responsável pela tradução, com a participação de alunos e ex-alunos da graduação e pós-graduação de Língua e Literatura Árabe da USP. 

“É um livro de poemas muito raro que, em nossa humilde metáfora, é uma flor milagrosa, aberta vermelha e fresca, em terra dura, livro testemunho da vida palpitante e em curso nas mazelas dos tempos de guerra. Escrito por pessoas que nasceram na realidade do exílio na própria terra e que vivem ainda a realidade do cerco, numa estreita faixa de terra disposta entre um mar bloqueado e duas fronteiras hostis”, consideram Sleiman e Safa Jubran.

A arrecadação com a venda do livro será revertida para o Tamer Institute, instituição não governamental, sem fins lucrativos, sediada em Ramallah e que trabalha com literatura e educação em todo o território palestino. O lançamento da edição brasileira será neste domingo, no restaurante Al Janiah, em São Paulo, em conversa entre a editora Laura Di Pietro e os editores e tradutores Safa Jubran e Michel Sleiman. 


Outros lançamentos da Tabla

DA TURQUIA

Capa do livro %u201CUma mulher estranha%u201D
(foto: Reprodução)

“Uma mulher estranha”

• Leylâ Erbil
• Tradução de Marco Syrayama de Pinto
• Tabla Editora
• 224 páginas
• R$ 63

A força feminina “Uma mulher estranha” é o  primeiro romance da escritora e ativista Leylâ Erbil (1931-2013), a primeira escritora turca a ser indicada ao Prêmio Nobel . Publicado em 1971, dez anos após o golpe militar de 1961, carrega uma poderosa voz feminina que incorpora, em sua escrita, tabus da sociedade turca e questionamentos sobre os papéis da mulher, da religião e o funcionamento do sistema político. “Quem é essa mulher estranha?”, é a pergunta que ressoa nesse contexto histórico repressivo, quando vizinhos se referem à mãe da protagonista, que não gerou filhos do sexo masculino. Essa mulher estranha é também aquela que perde a virgindade com o próprio irmão, e a estudante que se envolve com o partido de esquerda e luta para libertar o povo que ela diz amar. A autora inova no emprego de sinais de pontuação, como a sequência de três vírgulas, recurso hoje conhecido como “garra do leão”. 

Capa do livro %u201CIstambul Istambul%u201D
(foto: Reprodução)

“Istambul Istambul”
• Burhan Sonmez
• Tradução de Tânia Ganho
• Tabla Editora
• 320 páginas
• R$ 68

Encontros na masmorra Em celas subterrâneas, por dez dias, um médico, um barbeiro, um estudante e um velho revolucionário, prisioneiros políticos, criam um universo paralelo em que recordação e fantasia se mesclam, para sobreviver aos horrores do centro de tortura de Istambul. As biografias se constroem em um mosaico de confissões, casos e passagens anedóticas, que carregam o leitor do tempo subterrâneo ao tempo da vida sobre a cidade. As narrativas se fundem revelando a Istambul de contrastes, da luz e das sombras. Ainda que mergulhado na desumana e dramática condição das masmorras, Burhan Sonmez não perde, em meio a dores e sofrimentos, a perspectiva da compaixão e do senso de humor, desvendando a protagonista do romance: Istambul. A ela, o autor apresenta em sua obra a declaração de amor lúcida e despida de ilusões. 


DA LÍBIA

Capa do livro %u201CO tumor%u201D
(foto: Reprodução)

“O tumor”
• Ibrahim Al-Koni
• Tradução de Mamede Jarouche
• Tabla Editora
• 192 páginas
• R$ 63

A túnica do escolhido O enredo se constrói em torno de uma fantasia distópica sobre o poder e se desenvolve no seio de uma sociedade desértica, de tuaregues, etnia do grupo berbere à qual pertence o autor líbio Ibrahim Al-Koni, que habita um oásis. Numa sociedade tradicional, nem árabe nem muçulmana, de personagens com estranhos nomes para os padrões da língua árabe, um líder que ninguém jamais viu nomeia, por meio de seu mensageiro, um lugar-tenente para representá-lo. Sem clareza dos critérios para a escolha, o ritual de unção do escolhido utiliza uma túnica que logo se revela um sutil, mas poderoso instrumento de controle e dominação. Mais do que uma alegoria sobre o poder, a novela se transcorre numa sociedade primitiva, sob os mesmos dilemas das sociedades modernas. 


DO LÍBANO

Capa do livro %u201CSamarcanda%u201D
(foto: Reprodução)

“Samarcanda”
• Amin Maalouf
• Tradução de Marília Scalzo
• Tabla Editora
• 352 páginas
• R$ 82

A história de um manuscrito “Rubaiyat” é o título atribuído pelo inglês Edward Fitzgerald (1809-1883) para a tradução de uma seleção de poemas do matemático, astrônomo e sábio persa Omar Khayyam (1048-1131). É em torno da história do manuscrito original que se passa a narrativa de “Samarcanda”, de sua composição no século 11 ao definitivo naufrágio à bordo do Titanic, em 1912. Acusado de zombar dos códigos do islã, Omar Khayyam foi conduzido ao juiz local que, reconhecendo a genialidade do poeta e pensador, poupa-lhe a vida e lhe entrega um caderno em branco para que se limite a escrever versos. Assim nasce o “Rubaiyat”, manuscrito que sobreviveria para a posteridade porque foi escondido por Hassan Sabbah, fundador da Ordem dos Assassinos, na fortaleza montanhosa de Alamut. Traduzido por Fitzgerald no final do séc. 19, o livro encantou o Ocidente. No início do século 20 um acadêmico estadunidense recupera o manuscrito original com a ajuda de uma princesa persa. Ambos o levam a bordo da última viagem do Titanic. Nesse romance premiado, o autor libanês Amin Maalouf guia o leitor por séculos e continentes, em travessia pela Rota da Seda.


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