Em celebração aos 130 anos de nascimento, Mário de Andrade será o patrono do 11º Festival Literário de Araxá (Fliaraxá), - entre 5 e 9 de julho - que tem por tema “Educação, Literatura e Patrimônio”, em referência às múltiplas dimensões da trajetória do poeta, romancista e ensaísta modernista. Em vida, Mário de Andrade atuou em profunda conexão com a história do patrimônio e arte colonial mineira, dentro da compreensão de que nas Minas do século 18, - onde floresce o primeiro movimento anticolonial da história do Brasil - se manifesta artisticamente uma autêntica cultura brasileira, liberta da estética e cânones europeus. Esse foi o ponto de partida para os trabalhos do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) - instalado em 1937 - pela intensa atuação de Mário de Andrade e do escritor, advogado e jornalista mineiro, Rodrigo Melo Franco de Andrade, sobrinho de Afonso Arinos de Melo Franco, família de Paracatu.
Leia: 'Há uma sinceridade profundamente dolorida em 'O turista aprendiz''
Leia: Mário de Andrade, o homem que buscou a alma brasileira
Mário de Andrade, do Fliaraxá, foi amigo dileto de Carlos Drummond, patrono do 3º Festival Literário de Itabira (Flitabira) - entre 31 de outubro, aniversário do poeta itabirano e 6 de novembro. De Minas Gerais, nas décadas de 20 e 30, saem expoentes do modernismo que vão influenciar gerações do século 20, mudando de forma definitiva a mentalidade cultural brasileira. “Carlos Drummond de Andrade sai de Belo Horizonte nos anos 30, para trabalhar com o também mineiro Gustavo Capanema, ministro da Educação de Getúlio Vargas. Dali irão incentivar escritores, poetas, jornalistas que alcançam expressão nacional”, afirma Afonso Borges, em referência a Ciro dos Anjos, Abgar Renault, Aníbal Machado, João Alphonsus, Avelino Fóscolo, Augusto de Lima, Eduardo Frieiro, Diogo de Vasconcelos, Mário Matos, João Dornas Filho, que, assim como Rodrigo Melo Franco de Andrade, marca a história do patrimônio artístico e cultural do Brasil.