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Estado de Minas

Lançamentos


11/08/2023 04:00
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“Abolicionismo. Feminismo. Já”
  • De Angela Y. Davis, Gina Dent, Erica R. Meiners e Beth E. Richie
  • Companhia das Letras
  • 288 páginas
  • R$ 59,90 e R$ 34,90 (e-book)
 
Quatro das mais proeminentes ativistas antiprisionais do mundo lançam um apelo urgente por um feminismo verdadeiramente interseccional, internacionalista e abolicionista. Em “Abolicionismo. Feminismo. Já”, Angela Y. Davis, Gina Dent, Erica R. Meiners e Beth E. Richie evocam um feminismo abolicionista como a versão mais inclusive do movimento, que engloba também as lutas antirracista, anticolonialista e anticapitalista. Nesse sentido, o feminismo abolicionista é tanto uma categoria analítica quanto um instrumento de luta política. Fundadoras da Critical Resistance, embrião das articulações internacionalistas contra o complexo industrial penal e os modelos policiais exportados dos Estados Unidos para o mundo, as autoras denunciam os alvos preferenciais da brutalidade de estado - mulheres negras, trans, indígenas -  tanto nos Estados Unidos quanto nos países do Sul do continente, como o Brasil, em clara  associação entre gênero, cor e a violência de estado. “O Já no título evoca a urgência da causa: é momento de feminilizar a denúncia do terror do Estado”, declara Vilma Reis, socióloga, coordenadora executiva da Coletiva Mahin - Organização de Mulheres Negras para os Direitos Humanos, que assina a orelha do livro. No prefácio à edição brasileira, Denise Carrascosa, professora associada de literatura na Universidade Federal da Bahia, assinala: “Sim, onde há dor, há desejo de retribuição de mais dor. Temos intimidade suficiente com essa dinâmica mais cotidiana do que o que podemos confessar. Essa engenharia é antiga e assepticamente organizada pelas instituições modernas dos sistemas de Justiça que estruturam os Estados-nação e seu capitalismo racista e misógino”. 
 
 
“O caçador chegou tarde”
  • De Luís Henrique Pellanda
  • Editora Maralto 
  • 168 páginas
  • R$ 44,90
 
São 62 contos inéditos, alguns de uma linha, de duas, de quatro, vários têm dez linhas, apresentados no livro “O caçador chegou tarde”, do curitibano Luís Henrique Pellanda. É lançado pela Editora Maralto na sequência de “Na barriga do lobo”, obra de Pellanda finalista do prêmio Jabuti 2022, uma referência ao conto da Chapeuzinho Vermelho e à escuridão que cercava a personagem, enquanto era digerida pelo monstro. Escrito durante a pandemia de Covid-19, e em meio às incertezas políticas que cercavam o país, o novo livro dá continuidade à mesma metáfora. “Não sei dizer se já fomos ou se um dia seremos ‘salvos’ do lobo que ultimamente nos vem digerindo enquanto sociedade ou civilização, mas entendo que a escuridão a que Chapeuzinho um dia se referiu acabou por nos afetar a todos”, explica o autor. Os contos trabalham a relação simbiótica do homem e as criaturas da natureza, tema recorrente na escrita de Pellanda. Nas palavras de Ignácio de Loyola Brandão, que assina a orelha do livro: “Conviva aqui com hipogrifos, baços de vérguna, nubívagos, daíques, espelhos que nos mostram homem e mulher, gêmeos que não são dois, e sim apenas um, quimeras, sonâmbulos, hiacintos, hipotálamos de porcela, boitatás, carquejas, pessoinhas, sapos que viram cobra, menino que é cavalo de carrossel, carquejas, antenas de maroto. E não é que se trata de um Jorge Luis Borges brasileiro nascido e crescido no Paraná?”. Em meio a um cenário contemporâneo, em que os avanços tecnológicos nos conectam instantaneamente, Pellanda conduz o leitor por caminhos introspectivos, repletos de reflexões sobre o tempo, a memória e as mudanças sociais.
 
 
“O vestido novo”
  • De Virginia Woolf
  • Tradução de Ana Carolina Mesquita
  • Editora Nós
  • 48 páginas
  • R$ 48,00
 
 “Não! Não estava nada bom. E de súbito toa a tristeza que ela sempre tentara esconder, a profunda insatisfação - a sensação que tinha, desde criança, de ser inferior aos outros - abateu-se sobre ela, sem dó, implacável, com uma intensidade tal que ela seria incapaz de afastar lendo Borrow ou Scott, como fazia quando despertava em casa à noite; pois aqueles homens, ah, aquelas mulheres, estavam todos pensando - “Mas o que é isso que Mabel está vestindo? Que pavor! Que vestido novo mais horroroso!” - com as pálpebras estremecendo e em seguida fechando-se com força ao se aproximarem dela.”  Uma das escritoras mais importantes do século 20 e do Modernismo, Virginia Woolf (1882-1941), escreveu o conto “O vestido novo” durante a criação da personagem Mrs. Dalloway. Nele, a autora dos célebres romances “O quarto de Jacob”, “Ao farol”, “As ondas”, além de “Mrs. Dalloway”, debruça-se sobre uma questão nada banal: a dramaticidade da escolha de um vestido novo para uma festa, por quem passou a vida quase sempre se sentindo inadequada e malvestida, sofrendo com o desprezo daqueles que reprovavam a sua roupa, sem se preocupar com a sua constituição intelectual ou moral. Virginia Woolf trabalha a linguagem para representar a consciência e analisar a interioridade de Mabel, a personagem que se sente “como um manequim de modista”, parada para que lhe espetem alfinetes.  


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