Paulliny Tort
Especial para o EM
“Desde o primeiro livro que publiquei (“Allegro ma non tropo”, esgotado, 2016), o Centro-Oeste se apresentou com suas paisagens e seus cenários. Sou nascida em Brasília, de família goiana, e foi muito natural que esse espaço aparecesse na minha ficção.
No meu livro mais recente (“Erva brava”, ed. Fósforo, 2021), a adoção do Centro-Oeste como espaço narrativo se deu de forma mais consciente: criei uma cidade fictícia chamada Buriti Pequeno, onde situei os 12 contos da coletânea. Não seria exagero afirmar que esse município imaginário é um protagonista que une as histórias do livro.
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Nesse projeto, procurei olhar para as transformações que a região tem atravessado nas últimas décadas, por meio de personagens inspirados em pessoas de carne e osso com as quais convivi. A urbanização das pequenas cidades, o desmatamento, a mecanização do campo e a substituição do cerrado por monoculturas são um pano de fundo real que levei para a ficção.
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No entanto, acredito que a minha experiência como cerratense atravessa qualquer história que eu escreva, seja ambientada no Centro-Oeste ou não. Meu olhar será sempre o de alguém que nasceu, cresceu e vive no Planalto Central, mesmo que eu escreva sobre outros lugares.”
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