A trajetória de Fernando Sabino, de 1923 a 2004

 

 

1923 

Nasce em 12/10, na Rua Gonçalves Dias, na Praça da Liberdade, o caçula dos seis filhos de Domingos Sabino e Odete Tavares Sabino.

É alfabetizado em casa, pela mãe. Na Escola Infantil Delfim Moreira, conhece Hélio Pellegrino. Continuam colegas no Grupo Escolar Affonso Penna (atual Escola Estadual Afonso Pena), na Avenida João Pinheiro.

Em encontro de escoteiros, conhece Otto Lara Resende.

Aluno do Ginásio Mineiro (no Barro Preto, transferido para Lourdes em 1956, tornando-se o Estadual Central), é um dos fundadores do jornal escolar "A Inúbia". Começa a publicar nas revistas "Alterosa" e "Belo Horizonte".

Torna-se funcionário da Secretaria de Finanças. Conhece, numa festa, Paulo Mendes Campos.

Entra para a Faculdade de Direito e publica seu livro de contos "Os grilos não cantam mais".

 

 

Ao lado de Otto, Paulo e Hélio, conhece, numa mesa de bar, Carlos Drummond de Andrade.

Casa-se no Palácio da Liberdade com Helena Valadares, filha de Benedito Valadares, então governador de Minas. Ganha do sogro um cartório. De seu primeiro casamento, tem quatro filhos: Eliana, Leonora, Pedro e Virgínia. Muda-se para o Rio de Janeiro e publica a novela "A marca".

Forma-se em Direito na atual UFRJ. Por meio de Rubem Braga, conhece Clarice Lispector. Muda-se para Nova York, onde vive por dois anos. Trabalha no Consulado do Brasil.

Publica a compilação de crônicas "A cidade vazia", sobre o período em Nova York.

 

 

Começa a escrever para a revista "Manchete", publica "A vida real" (cinco novelas) e separa-se de Helena.

Publica "O encontro marcado".

Une-se a Anne Beatrice Estill, com quem tem três filhos: Verônica, Bernardo e Mariana.

Funda, com Rubem Braga e Walter Acosta, a Editora do Autor. Publica "O homem nu", adaptado para o cinema por Roberto Santos (1968) e Hugo Carvana (1997). 

Publica "A mulher do vizinho" (crônicas).

Muda-se para Londres, onde se torna adido cultural da Embaixada do Brasil.

Publica "A companheira de viagem". 

Funda, com Rubem Braga, a Editora Sabiá.

 

 

Vende a Sabiá para a José Olympio, funda com David Neves a produtora Bem-Te-Vi Filmes (com quem fará documentários sobre  Drummond, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto). Separa-se de Anne Beatrice.

Começa a namorar Lygia Marina Moraes, com quem se relaciona por quase duas décadas, sempre em casas separadas.

Publica "Deixa o Alfredo falar" (crônicas).

Publica "O grande mentecapto" (adaptado para o cinema em 1989, por Oswaldo Caldeira).

Publica "A falta que ela me faz" (crônicas), recebe o Jabuti por "O grande mentecapto".

Publica "O menino no espelho", sobre as memórias da infância (adaptado para o cinema em 2014, por Guilherme Fiuza).

Publica "A faca de dois gumes" (novela, adaptada em 1989 por Murilo Salles para o cinema), "Martini seco" (novela) e "O pintor que pintou o sete" (infantil).

Publica "O tabuleiro de damas" (memórias).

Publica "De cabeça para baixo" (crônicas). Passa a tocar, como convidado especial, como baterista da Ramblers Traditional Jazz Band.

Publica a biografia "Zélia, uma paixão", alvo de inúmeras críticas negativas. Uma década depois, afirma que aceitou o projeto de falar do romance de Zélia Cardoso de Mello e Bernardo Cabral, dois ex-ministros de Collor (1990-1992), por ter sido uma "experiência 

literária inédita", que o desafiou.

Casa-se oficialmente com Lygia Marina, de quem se separa no ano seguinte.

Recebe o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Doa o dinheiro para instituições beneficentes – havia feito o mesmo com os royalties recebidos por "Zélia, uma paixão".

Publica "Cartas perto do coração", com a correspondência trocada com Clarice Lispector, e "Livro aberto", que denominou "um livro póstumo escrito em vida".

Publica "Cartas na mesa", que reúne a correspondência enviada a Otto, Paulo e Hélio.

Publica "Cartas a um jovem escritor e suas respostas", em resposta ao livro "Cartas a um  jovem escritor: de Mário de Andrade a Fernando Sabino" (1981).

É publicado o romance "Os movimentos simulados", iniciado em 1946. Morre em 11 de outubro, na véspera de completar 81 anos, em decorrência de câncer.