Jornal Estado de Minas

ESPECIAL FERNANDO SABINO/100 ANOS

A trajetória de Fernando Sabino, de 1923 a 2004

 
 
1923 

Nasce em 12/10, na Rua Gonçalves Dias, na Praça da Liberdade, o caçula dos seis filhos de Domingos Sabino e Odete Tavares Sabino.


1929/1930

É alfabetizado em casa, pela mãe. Na Escola Infantil Delfim Moreira, conhece Hélio Pellegrino. Continuam colegas no Grupo Escolar Affonso Penna (atual Escola Estadual Afonso Pena), na Avenida João Pinheiro.






1933

Em encontro de escoteiros, conhece Otto Lara Resende.


1936/1938

Aluno do Ginásio Mineiro (no Barro Preto, transferido para Lourdes em 1956, tornando-se o Estadual Central), é um dos fundadores do jornal escolar "A Inúbia". Começa a publicar nas revistas "Alterosa" e "Belo Horizonte".


1940

Torna-se funcionário da Secretaria de Finanças. Conhece, numa festa, Paulo Mendes Campos.


1941

Entra para a Faculdade de Direito e publica seu livro de contos "Os grilos não cantam mais".
 
Fernando Sabino com Otto Lara Resende, Murilo Rubião e Hélio Pellegrino em Belo Horizonte (foto: Acervo pessoal)
 


1943

Ao lado de Otto, Paulo e Hélio, conhece, numa mesa de bar, Carlos Drummond de Andrade.






1944

Casa-se no Palácio da Liberdade com Helena Valadares, filha de Benedito Valadares, então governador de Minas. Ganha do sogro um cartório. De seu primeiro casamento, tem quatro filhos: Eliana, Leonora, Pedro e Virgínia. Muda-se para o Rio de Janeiro e publica a novela "A marca".


1946

Forma-se em Direito na atual UFRJ. Por meio de Rubem Braga, conhece Clarice Lispector. Muda-se para Nova York, onde vive por dois anos. Trabalha no Consulado do Brasil.


1950

Publica a compilação de crônicas "A cidade vazia", sobre o período em Nova York.
 
 


1952

Começa a escrever para a revista "Manchete", publica "A vida real" (cinco novelas) e separa-se de Helena.






1956

Publica "O encontro marcado".


1957

Une-se a Anne Beatrice Estill, com quem tem três filhos: Verônica, Bernardo e Mariana.


1960

Funda, com Rubem Braga e Walter Acosta, a Editora do Autor. Publica "O homem nu", adaptado para o cinema por Roberto Santos (1968) e Hugo Carvana (1997). 


1962

Publica "A mulher do vizinho" (crônicas).


1964

Muda-se para Londres, onde se torna adido cultural da Embaixada do Brasil.


1965

Publica "A companheira de viagem". 






1967

Funda, com Rubem Braga, a Editora Sabiá.
 
Fernando Sabino, com a câmera de filmar, ao lado de Erico Verissimo e sua mulher, Mafalda (foto: O Cruzeiro/EM/D.A Press)
 


1972

Vende a Sabiá para a José Olympio, funda com David Neves a produtora Bem-Te-Vi Filmes (com quem fará documentários sobre  Drummond, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto). Separa-se de Anne Beatrice.


1973

Começa a namorar Lygia Marina Moraes, com quem se relaciona por quase duas décadas, sempre em casas separadas.


1976

Publica "Deixa o Alfredo falar" (crônicas).


1979

Publica "O grande mentecapto" (adaptado para o cinema em 1989, por Oswaldo Caldeira).

1980

Publica "A falta que ela me faz" (crônicas), recebe o Jabuti por "O grande mentecapto".






1982

Publica "O menino no espelho", sobre as memórias da infância (adaptado para o cinema em 2014, por Guilherme Fiuza).


1985

Publica "A faca de dois gumes" (novela, adaptada em 1989 por Murilo Salles para o cinema), "Martini seco" (novela) e "O pintor que pintou o sete" (infantil).


1988

Publica "O tabuleiro de damas" (memórias).



1989

Publica "De cabeça para baixo" (crônicas). Passa a tocar, como convidado especial, como baterista da Ramblers Traditional Jazz Band.


1991

Publica a biografia "Zélia, uma paixão", alvo de inúmeras críticas negativas. Uma década depois, afirma que aceitou o projeto de falar do romance de Zélia Cardoso de Mello e Bernardo Cabral, dois ex-ministros de Collor (1990-1992), por ter sido uma "experiência 
literária inédita", que o desafiou.






1992

Casa-se oficialmente com Lygia Marina, de quem se separa no ano seguinte.


1999

Recebe o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Doa o dinheiro para instituições beneficentes – havia feito o mesmo com os royalties recebidos por "Zélia, uma paixão".


2001

Publica "Cartas perto do coração", com a correspondência trocada com Clarice Lispector, e "Livro aberto", que denominou "um livro póstumo escrito em vida".


2002

Publica "Cartas na mesa", que reúne a correspondência enviada a Otto, Paulo e Hélio.


2003 

Publica "Cartas a um jovem escritor e suas respostas", em resposta ao livro "Cartas a um  jovem escritor: de Mário de Andrade a Fernando Sabino" (1981).






2004

É publicado o romance "Os movimentos simulados", iniciado em 1946. Morre em 11 de outubro, na véspera de completar 81 anos, em decorrência de câncer.
 
Amigos tocam jazz no sepultamento de Fernando Sabino, em 10 de dezembro de 2004, no Rio. Escritor amava tocar bateria (foto: Alexandre Campbell/Folha Imagem/10/12/04)