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Estado de Minas

Trabalhadores que recebem o piso aguardam ansiosos a votação do mínimo

Maior parte é beneficiária do INSS


postado em 15/02/2011 08:42

Enquanto os parlamentares discutirão a proposta de reajuste do salário mínimo na quarta-feira, uns sob a influência do Palácio do Planalto, que quer o valor de R$ 545, outros pressionados pelas centrais sindicais, que exigem ao menos R$ 560, cerca de 47 milhões de brasileiros que têm rendimento referenciado no piso estarão de olho no Congresso. A estimativa da quantidade de pessoas relacionadas ao mínimo é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que prevê um incremento de R$ 211 bilhões na economia brasileira.

A maior parte das pessoas que recebem um salário mínimo por mês é beneficiária do INSS (quase 19,2 milhões). Pouco mais de 13,8 milhões são empregados e cerca de 8,7 milhões atuam por conta própria. Os trabalhadores domésticos que estão na conta do Dieese chegam a 5,1 milhões, muito acima dos 203 mil considerados pelo departamento como empregadores.

No setor público, o número de trabalhadores que ganha um salário mínimo é pouco expressivo nas administrações estaduais e na federal. Porém, nas esferas municipais, a participação é maior, principalmente na Região Nordeste. Por isso, o impacto do aumento do mínimo na massa de remuneração dos trabalhadores do setor público é superior nas administrações municipais do Nordeste e do Norte.

Polêmica

Nas ruas, a opinião sobre o reajuste ideal é dividida. Há quem pense que o aumento do salário mínimo poderia ter como espelho o contracheque de deputados, senadores, ministros e presidente da República, cujos vencimentos aumentaram em mais de 60% em alguns casos e passaram de 120% em outros.

A representante de vendas Lindonias Gorete, por exemplo, que recebe um salário mínimo por mês, diz que precisaria de pelo menos R$ 1 mil para viver bem, pagando as contas e conseguindo fazer alguma economia. “Hoje, com um salário, a pessoa vai ao supermercado e passa fome. Tudo é caro. É muito difícil sobreviver com uma quantia dessas.”

Sem nódoa na imagem

Caso o governo vença a batalha no Congresso e consiga manter o valor de R$ 545 para o salário mínimo este ano, a imagem da presidente Dilma Rousseff não deverá ser afetada. Essa é a opinião dos cientistas políticos João Paulo Peixoto e David Fleischer, ambos da Universidade de Brasília (UnB). Segundo eles, a popularidade da petista não deverá sofrer impacto, porque ela está respeitando um acordo firmado entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as centrais sindicais.

Quem perde, na visão de Fleischer, é o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que defende o valor de R$ 580. “A presidente Dilma está tentando conter as despesas para evitar a quebra dos estados e municípios mais pobres. Por isso, acho que ela não terá sua popularidade afetada. Quem perde força com a regulamentação dos R$ 545 é o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira”, acredita Fleischer, acrescentando que Dilma só terá problemas caso ocorram greves.

João Paulo Peixoto também considera que uma grande greve feita por trabalhadores por causa dos R$ 545 poderia desgastar a imagem da presidente e o governo petista. “Outro fato que poderia abalar a popularidade dela é o aumento da inflação. Fora isso, ela estará respeitando o acordo existente para o mínimo”, diz o cientista político.


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