O governo federal não está sozinho no lobby para evitar um aumento do salário mínimo acima dos R$ 545. Prefeitos de todo o país estão em campanha para evitar que a concessão de um reajuste maior prejudique ainda mais a situação dos executivos municipais. Números da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estimam em R$ 38 milhões o impacto nas contas das prefeituras de cada R$ 1,00 de aumento dado ao mínimo. Além do salário dos trabalhadores, o cálculo leva em conta os encargos trabalhistas.
Líder do PR na Câmara, o mineiro Lincoln Portella conta ter recebido desde a semana passada ligações de mais de 40 prefeitos para falar especificamente sobre esse tema. “Não podemos ser irresponsáveis e querer jogar o salário mínimo para um patamar que as prefeituras não dão conta. Tenho recebido ligações de prefeitos pedindo pelo amor de Deus que não deixemos o mínimo ir além dos R$ 545”, afirmou o parlamentar.
O relato de Portella não é isolado. Deputados e senadores de vários partidos comentam sobre o assédio dos prefeitos. Um senador do Nordeste contou ter recebido ligações de prefeitos afirmando não conseguir sequer pagar a folha de pagamento do próximo mês se o salário for para um valor maior.