Votação do mínimo será o batismo de fogo de Dilma no Congresso
Pela primeira vez desde que tomou posse, a presidente Dilma Rousseff (PT) vai poder avaliar a medida da força do governo no Congresso, com a votação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 382/11,que fixa o salário mínimo em R$ 545. O projeto do Executivo será votado nesta quarta-feira, em sessão extraodinária, a partir de 13h40. A proposta também estabelece diretrizes para a política de valorização do mínimo entre 2012 e 2015.
Depois de uma tarde de negociações nesta terça-feira, foram fixados três valores possíveis para o salário mínimo. O primeiro deles é o proposto pelo governo. O segundo, de R$ 560, é defendido pelo PDT, DEM e alguns parlamentares da oposição. O valor também é apoiado pelas centrais sindicais, que recuaram na proposta inicial, de R$ 580. O terceiro valor, de R$ 600, é proposto pela ala majoritária do PSDB, mas o partido já admite que este valor é praticamente impossível de ser aprovado.
Em um mapeamento feito nesta terça-feira, o governo avaliou que deve conseguir uma vitória tranquila, com cerca de 300 votos. ''Estamos em uma situação confortável. Não trabalhamos com o salário mínimo acima de R$ 545'', disse o deputado Cândido Vaccarezza, líder do governo. Somente a bancada do PT e do PMDB juntas somam 167 deputados. Vaccarezza afirmou que não haverá punição para quem votar em valores acima do proposto. No entanto, parlamentares especulam que a votação esteja atrelada a nomeações no segundo escalão.
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), garantiu que o PMDB vai votar unido na proposta do governo e que é provável que mais de 60 parlamentares da legenda votem a favor do valor de R$ 545. Temer ainda afirmou que não acredita que haja uma fragmentação da base governista na votação na Câmara, marcada para hoje à tarde. ''Pode ter até um ou outro voto contrário, mas isso não fragmenta. Tenho a convicção de que a maioria vai votar nos R$ 545.''
Na manhã desta quarta-feira, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), defendeu que a oposição ''pensa pequeno'' ao tentar elevar o valor do salário mínimo acima dos R$ 545 propostos pelo governo. Para ele a correção pelo projeto do governo ''já significa valorização real do mínimo e estabilidade nas regras criadas para o longo prazo''.
*Com agências