O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criticou a decisão de senadores e deputados de criar uma frente parlamentar, com a participação de representantes da sociedade civil, para discutir e apresentar propostas à reforma política. A decisão foi tomada nessa terça-feira, em reunião na liderança do PSB no Senado, da qual participaram senadores do partido, do PT, PCdoB e P-SOL.
Segundo Sarney, a instalação da frente ''torna muito mais difícil'' a aprovação da matéria ainda neste ano, uma vez que envolverá vários membros e todo o trabalho voltará ''à estaca zero''. Ele acrescentou que as comissões especiais criadas no Senado e na Câmara de forma alguma excluirão a sociedade civil dos debates. O presidente do Senado disse ainda que a intenção é ter uma proposta consolidada, que apresente a média das opiniões recolhidas nos debates, e que %u201Cnão seja ampla entrando no terreno doutrinário, mas que aborde questões tópicas que estão postas%u201D. Para José Sarney, a divisão do trabalho torna muito mais difícil a aprovação de uma reforma política em 2011. ''Nós devemos correr nesse assunto porque se não fizermos logo, não faremos depois. Nesse sentido, estamos fazendo a nossa parte. O Senado instala terça-feira a comissão [especial]'', afirmou. O receio dos pequenos partidos é que no debate das comissões especiais, os interesses das grandes legendas prevaleçam caso não haja uma ampla mobilização popular para discutir o assunto e apresentar as propostas.