Jornal Estado de Minas

STF suspende julgamento de ação que contesta pagamento de pensão vitalícia

Elaine Resende

Um pedido de vista do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), contra o pagamento de pensão vitalícia a ex-governadores ou a herdeiros. Na sessão desta quarta-feira, seria discutido o pagamento do benefício no Estado do Pará.

Dias Toffoli argumentou ser contrário ao fim do benefício, citando casos de ex-presidente dos Estados Unidos que enfrentaram problemas financeiros ao deixarem os cargos. Ele deu a entender que votará contra a ação proposta pela OAB.

A ministra Carmem Lúcia, relatora da matéria, foi a única a dar voto na sessão. Ela manifestou-se favorável à suspensão do benefício até o julgamento do mérito da ação.

A ação ajuizada pela OAB também contesta um artigo da Constituição do Estado do Pará que, além de conceder o pagamento, ainda o equipara à remuneração do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. A OAB sustenta que a Constituição Federal não prevê ou autoriza a criação de subsídios para quem não é ocupante de qualquer cargo público (eletivo ou efetivo), nem apresenta norma semelhante para os ex-presidentes da República.

Nesta quarta-feira, a OAB também entrou com mais duas ações no STF contestando as pensões vitalícias recebidas por  ex-governadores do Piauí e do Rio Grande do Sul. Também estão em questionamento o benefício dado aos ex-chefes do Executivo de Sergipe, Paraná, Amazonas, Acre, além do Pará.

A entidade também pretende entrar na Justiça contra o pagamento do benefício em Minas Gerais, onde quatro ex-governadores e uma viúva recebem o pagamento mensal. Em Minas, a pensão vitalícia está regulamentada em uma lei de 1957. O governador Antonio Anastasia (PSDB) já enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa pedindo uma mudança na legislação para acabar com o benefício, mas o projeto não prevê a extinção das pensões dos cinco atuais beneficiários no estado.