Demanda de diferentes setores da sociedade brasileira, a reforma tributária é outra polêmica que deve aterrissar no Congresso este ano. Inúmeras propostas devem ser colocadas na mesa de discussão, opondo governos federal, estaduais e as prefeituras, gerando conflitos entre segmentos econômicos, que reclamam do excesso de tributos. Acabar com a guerra fiscal, simplificar a forma de cobrar os impostos e ampliar a base de arrecadação são alguns dos desafios que não serão muito fáceis de serem resolvidos, já que a União teme perder um bolo da arrecadação para os estados e municípios.
Além das reformas, a política de distribuição dos royalties do petróleo, especialmente da camada pré-sal, vai obrigar Dilma a ter jogo de cintura para não ficar mal com governadores e parlamentares. O assunto foi discutido no ano passado no Congresso, com a aprovação da divisão dos royalties de acordo com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), em detrimento dos estados produtores, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Mas Lula vetou o projeto e encaminhou outro, que dá mais dinheiro a cariocas e capixabas.
Os royalties do minério também geram discussão e devem ser pauta este ano no Congresso. Estados produtores, como Minas, querem aumentar o valor que é pago pelas mineradoras e enfrentam o lobby das empresas no Parlamento.
A reforma do Código Florestal, que tramita na Câmara tende a opor ambientalistas e a bancada ruralista e pode pôr dois ministérios de Dilma em pé de guerra: o do meio ambiente e o da agricultura. No que diz respeito ao financiamento da saúde, deverá voltar o debate da CPMF e da regulamentação da emenda 29. Para o deputado Marcus Pestana, deve ser feita uma reorganização no orçamento público para ampliar os investimentos na saúde.