O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse nesta sexta-feira que vai tentar convencer o senador Paulo Paim (PT-RS) a votar no projeto de lei do governo, aprovado pela Câmara dos Deputados, que estipula o salário mínimo em R$ 545. O senador gaúcho já avisou que é a favor da emenda que eleva o valor do mínimo para R$ 560.
"Existe uma tradição no PT, já por várias vezes, que é o instrumento da declaração de voto. Alguém pode declarar que não concorda com o que está votando, que tem uma posição diferente, mas que vota a favor em função de uma decisão partidária", afirmou Dutra, após participar de um debate com representantes do PT de Minas Gerais em Belo Horizonte. "Vamos tentar convencê-lo a fazer assim". O presidente do PT demonstrou irritação com as dissidências petistas na Câmara, onde dois deputados - Eudes Xavier (CE) e Francisco Praciano (AM) - acompanharam o voto da oposição. Dutra contudo, observou que não cabe retaliação formal, já que o partido não fechou questão. "Não dá para a pessoa querer ser oposição e governo ao mesmo tempo", reclamou. "Esses companheiros têm de entender que são do governo e mais: eles votaram numa emenda do DEM. Uma emenda, na minha opinião, demagógica. Porque se a argumentação fosse de que o projeto do governo é um arrocho, poderiam até justificar em relação a compromissos políticos anteriores, mas não é o caso. É um projeto que garante o crescimento do salário mínimo (...) é um projeto benéfico para os trabalhadores".