Jornal Estado de Minas

Oposição quer piso de R$ 600 em Minas

Isabella Souto

O bloco de oposição ao governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) quer um piso salarial de R$ 600 para os trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos em Minas Gerais. Projeto de lei assinado pelos 23 deputados do grupo já foi apresentado na Assembleia Legislativa e terá que tramitar pelas comissões temáticas antes de chegar ao plenário. O valor é o mesmo defendido pelos deputados federais e senadores da oposição ao governo federal – inclusive do PSDB – como salário mínimo nacional. Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou R$ 545, piso estabelecido pelo governo.

Atualmente apenas São Paulo e Paraná, entre os estados governados por tucanos, adotaram um salário diferente do nacional: R$ 600 e R$ 663, respectivamente. Líder do bloco de oposição na Assembleia, o deputado Rogério Correia (PT) acredita na aprovação da matéria com o apoio do governo. “Apresentamos o piso de R$ 600, que é um estudo que o próprio PSDB do Aécio Neves, do governador Anastasia, disse ser possível para o Brasil. Se acho que é possível para o Brasil, devem ter feito um estudo sobre Minas, São Paulo e estados que eles governam”, afirmou. O projeto de lei não inclui o piso regional para os servidores das prefeituras.

O líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Humberto (PSDB), disse não ser a favor do aumento em Minas. Para ele, a questão do piso salarial é federal. “Se aumentarmos o salário mínimo somente aqui, vamos perder investimentos, a competitividade”, afirmou. O tucano questionou ainda o fato de os petistas mineiros estarem defendendo o valor de R$ 600 no estado depois de terem apoiado o aumento de R$ 545 no Congresso. “ É uma incoerência. Por que o PT está brigando em Minas e não brigou no âmbito federal?”, indagou.

A assessoria de imprensa do governador informou que Antonio Anastasia (PSDB) defende o debate exaustivo do salário mínimo, mas sempre lembrando que Minas é um estado heterogêneo, com regiões muito ricas e muito pobres.

 

Destino incerto

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse na sexta-feira que a decisão sobre sua eventual saída do cargo compete unicamente à presidente da República, Dilma Rousseff. O ministro disse estar tranquilo, apesar das especulações de que perderia o cargo por conta da votação do PDT sobre o salário mínimo na Câmara. "Quem tem de responder é a presidente da República. Meu cargo é de confiança. Se ela achar que não devo ficar, não devo", afirmou. "Estou com a consciência tranquila, ao lado da causa do povo brasileiro." Ele contou que conversou ontem com a presidente Dilma e que sua eventual demissão não foi tratada.

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