Além de Paim, a preocupação do governo é com o PDT, cuja bancada foi liberada na votação da Câmara, embora a sigla faça parte da base aliada. Na ocasião, o principal adversário do Palácio do Planalto foi o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, que defendeu um salário mínimo superior aos R$ 545 aprovados na última quarta-feira. A decisão do partido colocou em risco o cargo do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que é da cota pedetista na Esplanada.
Desde a reeleição de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado, em 1° de fevereiro, os palacianos andam ressabiados com o PDT. Na ocasião, um dos senadores da legenda, Pedro Taques (MT), não acompanhou o voto recomendado pela base, rebeldia que irritou os aliados.
Oposição
Embora considere a vitória sobre a questão do mínimo improvável, a oposição espera obter pelo menos um triunfo na votação de quarta-feira: a revogação da emenda que dá poderes à Presidência da República para fixar o valor do piso salarial via decreto a partir do próximo ano. “Temos a esperança de que a emenda relacionada ao decreto seja revogada”, diz o líder do PSDB na Casa, senador Alvaro Dias (PR). Ele acredita que o discurso de inconstitucionalidade da medida seja um ponto de convencimento para que a proposta seja derrubada. “Isso estimula o debate de que o mais importante é defender a instituição”, afirmou Dias, referindo-se à autonomia do Congresso.
O líder dos tucanos confirmou a intenção da oposição em levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o Senado não derrube a emenda que transfere à presidente Dilma Rousseff o poder de decretar o salário mínimo.