Jornal Estado de Minas

Marcio Lacerda minimiza pressão partidária na reforma administrativa

Luisa Brasil
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) minimizou, nesta segunda-feira as pressões partidárias que vêm sofrendo por parte do PT e do PSDB, que querem assegurar seu espaço no governo em meio à reforma administrativa que está sendo feita na Prefeitura de Belo Horizonte. Segundo Lacerda, os problemas enfrentados na relação com os dois partidos, que ameaçam retirar o apoio ao PSB nas eleições de 2012, são ''naturais''. Quando questionado sobre a insatisfação dos partidos com a reforma, o prefeito argumentou que as mudanças que estão sendo feitas são pequenas e envolvem poucos funcionários da Prefeitura.
''Não há nenhum problema crítico. É natural que um governo, após dois anos, sinta a necessidade de adequar sua estrutura. Isso naturalmente implica na movimentação de pessoas que estejam mais ou menos adequadas em determinadas funções'', afirmou o prefeito nesta segunda-feira, ao sancionar a lei que cria o meio passe para estudantes.

Neste sábado, foi publicado decreto exonerando 144 servidores da administração municipal, a maioria deles ligados ao PT, que, insatisfeito, pensa em buscar uma candidatura própria para as eleições municipais, caso continue perdendo espaço na administração municipal. O nome cotado é o do próprio vice-prefeito, Roberto Carvalho. Para Lacerda, no entanto, fazer as pazes com a legenda é uma questão de diálogo. ''A questão partidária acaba sendo envolvida mas não é um problema grave, é algo que podemos ajustar com algum diálogo'', afirmou.

Nesta segunda-feira, o prefeito se reuniu com o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, que disse esperar que os quadros do partido que foram exonerados sejam reaproveitados em outras áreas. ''Estamos dialogando, nós somos governo e somos solidários a qualquer mudança administrativa ara melhorar a gestão. Mas nós também temos força e quase 20 anos de experiência. Os espaços que são do PT, esperamos que eles continuem com o PT'',

Além do distanciamento do PT, que já descartou a chance de renovar a aliança com o PSDB em 2012, o socialista também corre o risco de ficar sem o apoio do PSDB nas eleições. Ao ficar ''em cima do muro'' e não assumir publicamente com qual partido pretende caminhar em 2012, Lacerda descontenta uma ala tucana que defende a candidatura própria.

*Com informações de Juliana Cipriani, do Estado de Minas