Conforme confirmou o Estado de Minas na terça-feira, Marcello Faulhaber, apesar de técnico, tem relação com os tucanos, incluindo o senador Aécio Neves. Ele era subsecretário da Casa Civil no governo de Eduardo Paes (PMDB), ex-tucano, na Prefeitura do Rio de Janeiro. Os outros indicados, de acordo com os petistas, foram para cargos de gerência.
As novas nomeações se seguem às exonerações publicadas no sábado, que, segundo integrantes do PT, atingiram em sua maioria nomes ligados ao partido. Os atos de terça-feira causaram novo espanto. “O prefeito nos falou que iria nomear técnicos. Então técnico só vale se for do PSDB ou foi só um subterfúgio para nomear tucanos?”, avalia um petista. A nova adjunta Maria Madalena seria, segundo a fonte, uma das tucanas mais emplumadas.
Lacerda azeda a relação justamente no dia seguinte à reunião com lideranças petistas. No encontro, o grupo do PT cobrou a compensação pelas baixas de petistas nos quadros municipais e teria recebido a promessa do prefeito de que os espaços seriam mantidos. O partido está fazendo um levantamento para ver o tamanho do buraco, mas integrantes adiantam a impressão inicial: só quem perde com as exonerações é o PT e os nomeados vêm do PSDB. As últimas movimentações levaram a uma crise até mesmo entre os petistas, que não se entendem sobre o posicionamento que o partido deve tomar nas eleições de 2012 na capital.
O líder de oposição na Assembleia, deputado Rogério Correia (PT), provocou publicamente, via Twitter, o presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes. Disse que o PT estaria “mendigando cargos” enquanto o certo seria unir os aliados históricos PMDB, PRB e PCdoB para articulações pré-eleitorais. “Tenho essa tese de que o PT não deve ficar a reboque do prefeito, isso pode nos levar a mais uma derrota nas urnas”, afirmou. O petista diz que, em Belo Horizonte, o PSB sempre esteve mais afinado ao PSDB. Na sua avaliação, Lacerda estaria substituindo pouco a pouco os petistas dos quadros da PBH por “tecnocratas” que poderiam acabar com programas tradicionais do PT em BH, como o Orçamento Participativo.