Primeiro senador a discursar na sessão que analisou a matéria nessa quarta-feira, Paim afirmou que votaria com o governo e justificou: "Se eu votasse de outra forma, talvez recebesse uma palma ou outra, mas os aposentados e trabalhadores perderiam". O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), porém, negou que tenha havido qualquer condicionamento para conquistar o voto de Paim.
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Dilma convence Paim a votar com o governo na apreciação do mínimo no SenadoPaim recua e sinaliza voto a favor do mínimo do governoPaim admite que mínimo de R$ 560 não passaráPaim entrou no Planalto às 9h45 de quarta-feira, 15 minutos antes do horário agendado pelo chefe de gabinete da presidente, Gilles Azevedo. Como é de praxe nas agendas palacianas, teve de esperar. Entrou no gabinete de Dilma precisamente às 10h16 e foi logo recebido com um elogio. "Como você emagraceu", exclamou a presidente.
Dilma Rousseff lembrou que durante a campanha ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficaram preocupados com o peso de Paim. O senador comentou que, no processo eleitoral, chegou a pesar 112 kg e decidiu emagrecer depois que sua médica disse que ele corria o risco de desenvolver diabetes ou problema nos rins. Paim contou para Dilma que já perdeu seis quilos com uma dieta rigorosa de pontos. A presidente lembrou também do fim da década de 1970, quando os dois, juntos, distribuíram panfletos no sindicato de Canoas na primeira campanha eleitoral de Paim.
Não foi só a conversa com a presidente que fez Paim mudar de ideia. Ele chegou ao Palácio disposto a votar a favor do reajuste de R$ 510 para R$ 545. Na véspera do encontro, conversou com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que fez uma recomendação. "O Simon pediu para eu refletir melhor e dar um voto de confiança à presidente", afirmou o petista, que relatou a conversa para Dilma. "A presidente está ótima na negociação política", elogiou Paim.