Brasília – Em uma hora de conversa no terceiro andar do Palácio do Planalto, o senador Paulo Paim (PT-RS), histórico defensor de reajustes maiores para o salário mínimo e para os aposentados, abriu mão de sua proposta de R$ 560 e levantou a bandeira dos R$ 545 do governo. Para o recuo bastou uma conversa amena sobre tempos de panfletagem em porta de sindicato, dietas de emagrecimento e dificuldades eleitorais do passado. Dilma nem sequer fez imposições, pediu a colaboração. "Teu voto tem uma simbologia de luta no salário mínimo. Para nós é importante estarmos todos juntos", afirmou a presidente ao senador. A conversa foi acompanhada pelo ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho.
Segundo o senador, entretanto, a mudança de rota tem outra explicação: a presidente Dilma Rousseff teria prometido discutir uma alternativa ao fator previdenciário e abrir o debate sobre uma política de valorização para os benefícios de aposentados e pensionistas que recebem acima do piso.
Primeiro senador a discursar na sessão que analisou a matéria nessa quarta-feira, Paim afirmou que votaria com o governo e justificou: "Se eu votasse de outra forma, talvez recebesse uma palma ou outra, mas os aposentados e trabalhadores perderiam". O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), porém, negou que tenha havido qualquer condicionamento para conquistar o voto de Paim.
O certo é que, depois do encontro com Dilma, Paim não só encampou os R$ 545 como adotou o discurso forjado dentro do Palácio do Planalto. Ele disse ser importante aprovar a política permanente de valorização do mínimo. Lembrou que no ano que vem o reajuste vai ser superior a 12% e que os percentuais dos anos seguintes serão bastante pujantes, num discurso que ecoa as orientações da equipe econômica. O projeto de lei aprovado pelo Congresso garante até o valor fixado para 2015 a fórmula de variação percentual do crescimento econômico de dois anos anteriores mais a inflação medida pelo INPC. Nessa lógica, o senador fez até uma previsão otimista. Disse que, com Dilma, o salário mínimo vai superar os US$ 1.000. "Com essa política, vamos chegar acima dos US$ 1.000", afirmou.
Paim entrou no Planalto às 9h45 de quarta-feira, 15 minutos antes do horário agendado pelo chefe de gabinete da presidente, Gilles Azevedo. Como é de praxe nas agendas palacianas, teve de esperar. Entrou no gabinete de Dilma precisamente às 10h16 e foi logo recebido com um elogio. "Como você emagraceu", exclamou a presidente.
Dilma Rousseff lembrou que durante a campanha ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficaram preocupados com o peso de Paim. O senador comentou que, no processo eleitoral, chegou a pesar 112 kg e decidiu emagrecer depois que sua médica disse que ele corria o risco de desenvolver diabetes ou problema nos rins. Paim contou para Dilma que já perdeu seis quilos com uma dieta rigorosa de pontos. A presidente lembrou também do fim da década de 1970, quando os dois, juntos, distribuíram panfletos no sindicato de Canoas na primeira campanha eleitoral de Paim.
Não foi só a conversa com a presidente que fez Paim mudar de ideia. Ele chegou ao Palácio disposto a votar a favor do reajuste de R$ 510 para R$ 545. Na véspera do encontro, conversou com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que fez uma recomendação. "O Simon pediu para eu refletir melhor e dar um voto de confiança à presidente", afirmou o petista, que relatou a conversa para Dilma. "A presidente está ótima na negociação política", elogiou Paim.
Segundo o senador, entretanto, a mudança de rota tem outra explicação: a presidente Dilma Rousseff teria prometido discutir uma alternativa ao fator previdenciário e abrir o debate sobre uma política de valorização para os benefícios de aposentados e pensionistas que recebem acima do piso.
Primeiro senador a discursar na sessão que analisou a matéria nessa quarta-feira, Paim afirmou que votaria com o governo e justificou: "Se eu votasse de outra forma, talvez recebesse uma palma ou outra, mas os aposentados e trabalhadores perderiam". O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), porém, negou que tenha havido qualquer condicionamento para conquistar o voto de Paim.
O certo é que, depois do encontro com Dilma, Paim não só encampou os R$ 545 como adotou o discurso forjado dentro do Palácio do Planalto. Ele disse ser importante aprovar a política permanente de valorização do mínimo. Lembrou que no ano que vem o reajuste vai ser superior a 12% e que os percentuais dos anos seguintes serão bastante pujantes, num discurso que ecoa as orientações da equipe econômica. O projeto de lei aprovado pelo Congresso garante até o valor fixado para 2015 a fórmula de variação percentual do crescimento econômico de dois anos anteriores mais a inflação medida pelo INPC. Nessa lógica, o senador fez até uma previsão otimista. Disse que, com Dilma, o salário mínimo vai superar os US$ 1.000. "Com essa política, vamos chegar acima dos US$ 1.000", afirmou.
Paim entrou no Planalto às 9h45 de quarta-feira, 15 minutos antes do horário agendado pelo chefe de gabinete da presidente, Gilles Azevedo. Como é de praxe nas agendas palacianas, teve de esperar. Entrou no gabinete de Dilma precisamente às 10h16 e foi logo recebido com um elogio. "Como você emagraceu", exclamou a presidente.
Dilma Rousseff lembrou que durante a campanha ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficaram preocupados com o peso de Paim. O senador comentou que, no processo eleitoral, chegou a pesar 112 kg e decidiu emagrecer depois que sua médica disse que ele corria o risco de desenvolver diabetes ou problema nos rins. Paim contou para Dilma que já perdeu seis quilos com uma dieta rigorosa de pontos. A presidente lembrou também do fim da década de 1970, quando os dois, juntos, distribuíram panfletos no sindicato de Canoas na primeira campanha eleitoral de Paim.
Não foi só a conversa com a presidente que fez Paim mudar de ideia. Ele chegou ao Palácio disposto a votar a favor do reajuste de R$ 510 para R$ 545. Na véspera do encontro, conversou com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que fez uma recomendação. "O Simon pediu para eu refletir melhor e dar um voto de confiança à presidente", afirmou o petista, que relatou a conversa para Dilma. "A presidente está ótima na negociação política", elogiou Paim.