Vencido o desafio de aprovar o salário mínimo de R$ 545 no Congresso, a próxima meta da presidente Dilma Rousseff é corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A nova lei do salário mínimo será sancionada na próxima semana, para que entre em vigor no dia 1º de março, segundo o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), ao final da votação no Senado.
O governo receia uma nova queda de braço com as centrais sindicais nessa questão, já que a categoria reivindica uma correção de 6,47% da tabela, correspondente à inflação de 2010 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o mesmo que corrigiu o salário mínimo e as aposentadorias. Além disso, as centrais querem fixar uma regra até 2015, nos moldes da política de valorização do mínimo, enquanto o governo prefere rever o índice apenas para este ano.
Unanimidade
Costa celebrou a votação unânime da bancada - os 15 senadores petistas chancelaram o mínimo de R$ 545 - e declarou que o novo valor do subsídio "amplia o poder aquisitivo do trabalhador, mas com responsabilidade fiscal". A unanimidade dos petistas foi conquistada após o esforço coletivo para dissuadir o senador Paulo Paim (RS) do voto favorável aos R$ 560. Convencido, o gaúcho foi chamado ao Planalto a fim de transmitir sua decisão a Dilma.
A votação do destaque de autoria do DEM propondo a elevação do mínimo para R$ 560 permitiu ao governo medir o real tamanho da base aliada: 54 votos contrários à emenda. É o número de votos que o governo poderá contar nas próximas votações de seu interesse. Houve abstenções com as quais o Planalto não contava, como as dos peemedebistas Luiz Henrique (SC), Casildo Maldaner (SC) e Pedro Simon (RS). A expectativa era de que eles votassem contra o destaque, tornando pública a posição favorável ao governo.