Com o partido rachado e sem saber qual rumo tomar no ano que vem, lideranças do PSB de Minas se reuniram nesta sexta-feira para discutir o resultado pífio do partido nas eleições de 2010. Com apenas um deputado federal eleito, o diretório socialista mineiro amargou uma das piores performances da legenda no país. Entretanto, o que deveria ser um encontro fechado para lavar roupa suja descambou para a eleição de 2012 com a aparição surpresa do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT). Convidado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) e pelo ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (PSB), Pimentel relembrou as antigas dobradinhas entre socialistas e petistas em BH e fez questão de voltar a descartar a reedição da aliança com o PSDB, em 2008, para apoiar a candidatura de Lacerda.
Como o prefeito ainda não definiu para que lado vai pender, as falas do ministro petista causaram desconforto no grupo de socialistas ligado ao Palácio da Liberdade. Secretário de Desenvolvimento Social do governo Antonio Anastasia (PSDB), o deputado estadual Wander Borges (PSB) era um dos mais constrangidos do grupo, que tem a adesão do deputado federal Júlio Delgado e do vereador da capital Daniel Nepomuceno, todos os três aecistas de carteirinha. Entre os socialistas-tucanos, a avaliação é de que o convite de Lacerda a Pimentel foi um gesto de aproximação com os petistas descontentes com perda de cargos na prefeitura na reforma administrativa e com o apoio do prefeito à eleição de Léo Burguês (PSDB) para a Presidência da Câmara dos Vereadores. Assim como os petistas defendem, os aliados do prefeito vislumbram apenas um tipo de cenário em 2012: alinhamento com PT ou PSDB. ''Os dois partidos juntos mais uma vez é dificílimo. Se um decidir aderir, o outro vai procurar seu rumo na automaticamente'', avaliou um dos socialistas presentes ao encontro. Candidato à reeleição, para Lacerda, quanto mais tempo for adiada a decisão, melhor. Enquanto isso, o socialista vai fazendo conjecturas. Ele inclusive não descarta até um voo solo. ''Posso ir com A, com B, com A e B ou até sozinho'', declarou nesta sexta-feira. Nesse cenário, nomes não faltam para PT e PSDB. Pelo lado petista, especula-se o vice Roberto Carvalho ou até mesmo um retorno do ex-ministro Patrus Ananias, que já falou publicamente que não se interessa, mas sempre é cotado. Já os tucanos podem lançar o deputado federal Rodrigo de Castro, o mais votado do estado pela segunda vez consecutiva. Outro fator que está adiando a decisão de Lacerda são as especulações sobre o fortalecimento do PSB. A informação é de que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab já está de malas prontas para sair do DEM, para criar um outro partido, o PDB. A intenção seria discutir uma futura fusão com os socialistas.