Centrais dizem concordar com correção de 4,5% do IR
Representantes das centrais sindicais disseram nesta sexta-feira à presidente Dilma Rousseff que concordam com uma correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), como propõe o governo. Em reunião no Palácio do Planalto, eles pediram, no entanto, uma política de reajuste anual da tabela até 2014. A presidente demonstrou "boa vontade" em atender à reivindicação, segundo relato de sindicalistas que participaram do encontro.
As centrais pretendem detalhar a proposta de uma política anual de correção da tabela do IR nas reuniões que terão, daqui para frente, com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Indústria Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopez Feijóo, relatou que Dilma demonstrou "carinho" pela proposta apresentada. "É preciso uma política de reajuste da tabela de pelo menos quatro anos", defendeu. "Ela ficou de estudar a proposta, mas disse que vai levar em alta consideração esse nosso pedido."
Na entrevista, o sindicalista manteve, no entanto, o discurso de um reajuste maior ainda neste ano, de 6,47%, que corresponde ao índice de inflação de 2010 registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Eles, entretanto, deixaram claro na audiência com a presidente que aceitam uma correção pelo centro da meta da inflação, de 4,5%. "Fizemos um apelo para um reajuste maior que 4,5% para este ano ou correções anuais nos próximos quatro anos", relatou Feijóo. "No ano passado tivemos uma inflação maior que 4,5%. Agora, é normal que, nos próximos anos, o reajuste da tabela do Imposto de Renda mire mesmo o centro da meta", disse Feijóo, em conversa com jornalistas.