O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, informou nesta sexta-feira que a presidenta Dilma Rousseff avalia a possibilidade de criar novas faixas de alíquotas para o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). A ideia foi levada à presidenta pelos representantes das centrais sindicais, que foram recebidos por Dilma no Palácio do Planalto.
O governo ainda não definiu quantas faixas serão criadas, mas descarta a possibilidade de mexer na alíquota máxima de contribuição, que é hoje de 27,5%. "Ela [Dilma] vê com simpatia essa progressividade do reajuste", disse Carvalho, que esteve presente na reunião. Existem, atualmente, quatro faixas de cálculo para a tributação. Quem ganha menos que R$ 1.499,16 não tem imposto retido na fonte. Quem ganha entre R$ 1.499,16 e R$ 2.246,75 é tributado em 7,5%. Os ganhos entre R$ 2.246,76 e R$ 2.995,70 sofrem tributação de 15%. Já os que recebem de R$ 2.995,71 até R$ 3.743,19 são tributados em 22,5% e os que ganham mais de R$ 3.743,19 caem na faixa de 27,5%. Carvalho também informou que governo vai confirmar a correção na tabela do IRPF de 4,5%, centro da meta de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas não deu prazo. Ele disse apenas que será para breve. A reinvindicação dos sindicalistas era de reajuste de 6,46%, mas não foi atendida pela presidenta. "Não podemos fazer nada que tire a seriedade do governo de perseguir a meta de 4,5%", disse Carvalho. O ministro ainda informou que o governo decidiu manter uma agenda de encontros mensais com os representantes das centrais, todos com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Dependendo da pauta, outros ministros serão convocados, acrescentou Carvalho. Segundo ele, outro avanço na reunião de hoje é que a presidenta Dilma aceitou abrir um diálogo sobre o fim do fator previdenciário.