O líder do partido na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto, diz que o dia é de festa, sem espaço para constrangimentos. "O prefeito Gilberto Kassab não confirmou presença, mas também não avisou que faltaria", avisa o parlamentar baiano. "Mais do que um acordo, o nome do senador José Agripino foi um consenso em torno de uma ideia", completa ACM Neto.
Todo os esforços estão concentrados para que o Democratas seja o protagonista do dia, apesar da possibilidade, ventilada ontem, de que Kassab pudesse anunciar a saída do partido até hoje. Pessoas próximas ao prefeito destacam que a chance de isso acontecer é remota porque a notícia atrapalharia a divulgação da nova executiva nacional, e Kassab criaria um desgaste desnecessário com caciques da sigla, incluindo Bornhausen, padrinho político do paulista. De acordo com essas fontes, o anúncio oficial está previsto para o dia 23.
O coro ressaltando a agenda positiva do DEM é tão forte que até um jantar foi marcado, ontem, na casa da senadora Katia Abreu (TO), para arrumar os últimos detalhes sobre o que será dito hoje. Katia, aliás, é a integrante do Democratas no Senado mais cotada para seguir Kassab. A mudança, porém, não acontecerá agora, e ela participará do evento. A avaliação de integrantes do partido é de que a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) ainda tem quatro anos até as eleições estaduais para se mover.
Até os parlamentares aliados de Gilberto Kassab reforçam a corrente de que o partido ficará bem mesmo com a saída do prefeito. O deputado mineiro Marcos Montes, um dos integrantes da sigla mais próximos de Kassab, foi escolhido para ser secretário-geral e defende a tese de que o problema está superado. Segundo ele, o Democratas passou por crises piores que essa e é preciso entender a posição do prefeito.