Além da violação a esses princípios, a AGU entende ser inconstitucional o pagamento desses subsídios por não ser indicado de onde virá o dinheiro para arcar com a despesa. A AGU argumenta ainda não ser possível vincular o valor do benefício pago aos ex-governadores ao salário de desembargador de Tribunal de Justiça, como faz a Constituição de Sergipe. De acordo com o texto, em decisões anteriores, o STF já julgou inconstitucional a vinculação de remuneração no serviço público, exceto em casos já previstos na Constituição.
Na manifestação, a AGU pondera também que os ex-presidentes da República não recebem aposentadoria ou pensão vitalícia por terem ocupado o cargo. Se a Constituição Federal não prevê esse subsídio para ex-presidentes, a Constituição estadual de Sergipe também não poderia estabelecer o pagamento. A AGU cita julgamentos anteriores do STF em que o tribunal estabeleceu que os Estados não têm competência para conceder benefício a ex-governadores se não houver algo parecido na Constituição Federal.
A manifestação da AGU trata especificamente do pagamento de aposentadoria para os ex-governadores de Sergipe. Entretanto, os mesmos argumentos poderão ser usados nos outros processos que tramitam no STF e contestam o pagamento do subsídio aos ex-governadores do Paraná, de Rondônia, do Amazonas, do Pará, do Acre, do Piauí, do Rio Grande do Sul e da Paraíba.