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Estado de Minas

Deputados querem ouvir Durval sobre Jaqueline Roriz


postado em 17/03/2011 17:39

Deputados do Conselho de Ética querem convidar o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa a prestar esclarecimentos no processo contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que deve ser instaurado na próxima semana. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo publicada hoje, o delator do "mensalão do DEM" afirma que o dinheiro entregue à deputada em vídeo gravado em 2006 é "oriundo de propinas". Como o Conselho de Ética não tem poder de convocação, Durval só comparecerá ao colegiado se desejar.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) já tinha sugerido na reunião do Conselho realizada ontem que o ex-secretário fosse chamado. Diante da entrevista, Francischini considera a presença do delator ainda mais importante para as investigações. "Ele tem que vir e falar tudo o que sabe para que possamos fazer uma faxina no Congresso. Agora, se ele não vier, nós vamos oficiar ao procurador-geral da República um pedido que retire dele a condição da delação premiada, que está parecendo mais uma chantagem premiada".

O deputado Sílvio Costa (PTB-PE) acredita que o ex-secretário tem de ser o primeiro a ser ouvido logo que for instaurado o processo e escolhido um relator. "A primeira providência tem de ser a de convidar o Durval. Não tem como não chamar. Ela diz que é caixa dois, ele diz que é dinheiro sujo, então, tem que colocar essa questão no Conselho".

O corregedor, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que trabalha em outra frente de investigação sobre o caso, também acredita que o Conselho deve ouvir o delator. "Essa fase de ouvir o Durval é no Conselho de Ética. Aqui na Corregedoria a gente só faz a instrução, mas acho que no Conselho ele deve ser ouvido. O que ele falou está confirmando o que a cena da gravação mostra". O deputado Sérgio Brito (PSC-BA) é outro que defende a presença de Durval. "Ele é uma das principais testemunhas do caso. Não poderá ficar de fora".

Apenas o deputado petista Sibá Machado (PT-AC) se mostrou mais cauteloso. Para ele, é preciso tomar cuidado para não transformar a investigação contra a deputada em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "Se for para ele vir para fazer um depoimento sobre uma penca de coisas, acho que não é válido. Que faça isso na Polícia Federal, no Ministério Público. Se o relator pedir o depoimento, nós iremos analisar. Mas, a princípio, acho que o Conselho não precisa ouvi-lo".


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