Deputados do Conselho de Ética querem convidar o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa a prestar esclarecimentos no processo contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que deve ser instaurado na próxima semana. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo publicada hoje, o delator do "mensalão do DEM" afirma que o dinheiro entregue à deputada em vídeo gravado em 2006 é "oriundo de propinas". Como o Conselho de Ética não tem poder de convocação, Durval só comparecerá ao colegiado se desejar.
O deputado Sílvio Costa (PTB-PE) acredita que o ex-secretário tem de ser o primeiro a ser ouvido logo que for instaurado o processo e escolhido um relator. "A primeira providência tem de ser a de convidar o Durval. Não tem como não chamar. Ela diz que é caixa dois, ele diz que é dinheiro sujo, então, tem que colocar essa questão no Conselho".
O corregedor, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que trabalha em outra frente de investigação sobre o caso, também acredita que o Conselho deve ouvir o delator. "Essa fase de ouvir o Durval é no Conselho de Ética. Aqui na Corregedoria a gente só faz a instrução, mas acho que no Conselho ele deve ser ouvido. O que ele falou está confirmando o que a cena da gravação mostra". O deputado Sérgio Brito (PSC-BA) é outro que defende a presença de Durval. "Ele é uma das principais testemunhas do caso. Não poderá ficar de fora".
Apenas o deputado petista Sibá Machado (PT-AC) se mostrou mais cauteloso. Para ele, é preciso tomar cuidado para não transformar a investigação contra a deputada em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "Se for para ele vir para fazer um depoimento sobre uma penca de coisas, acho que não é válido. Que faça isso na Polícia Federal, no Ministério Público. Se o relator pedir o depoimento, nós iremos analisar. Mas, a princípio, acho que o Conselho não precisa ouvi-lo".