A reforma política em estudo pelo Senado deve prever mais rigor com políticos condenados, conforme disse nesta sexta-feira o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Em pronunciamento no Plenário, ele afirmou que, se uma denúncia de deslize eventualmente cometido por um funcionário público é suficiente para
afastá-lo do cargo até a apuração final, idêntico procedimento deveria ser adotado em relação aos ocupantes de cargos eletivos.O parlamentar citou o caso do governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB), que se mantém no cargo, por força de liminar, mesmo depois de cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Mozarildo disse que Anchieta Júnior responde a mais de 30 processos, sabe que perderá o mandato e aproveita a estrutura do estado para "fazer falcatruas em todas as áreas".
Recente operação da Polícia Federal que resultou na prisão de acusados de desviar R$ 30 milhões da saúde pública de Roraima e recomendação do Ministério Público Federal para que a União suspenda a transferência de terras para o estado foram apontadas por Mozarildo como indícios de desmandos na administração estadual.
O senador fez um apelo ao Ministério Público e à Justiça eleitoral para que dêem prioridade aos processos contra Anchieta Júnior, a fim de poupar Roraima da situação em que se encontra. "O governador diz que, mesmo que seja cassado, vai passar dois anos no cargo e até lá estará com a vida feita e terá desfeito a vida daqueles que ousam se opor a ele", afirmou Mozarildo.