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Estado de Minas

A chegada do presidente Obama impõe ao Itamaraty a maior fatia das despesas


postado em 19/03/2011 09:59

A vinda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil movimentou, além da agenda política desta semana no Rio de Janeiro e principalmente em Brasília, os caixas dos órgãos públicos federais. O Itamaraty, que oferece hoje um almoço para cerca de 200 pessoas, que inclui entre os convidados a presidente Dilma Rousseff, ministros, governadores, parlamentares e a comitiva americana completa, terá as maiores despesas em decorrência da primeira visita do presidente americano ao país. Nos últimos dias, Presidência da República e unidades do Exército também liberaram recursos para garantir que a passagem de Obama pelo Brasil seja um sucesso tanto em termos de estrutura quanto de segurança. Munição não letal, granadas iluminativas e rádios comunicadores foram comprados pelos militares especialmente para atender à operação de segurança do presidente americano.

O cerimonial do Ministério das Relações Exteriores (MRE) não informou o custo total do bufê dos serviços que serão prestados hoje. Porém, dados do Portal da Transparência mostram algumas despesas. Entre elas o pagamento de R$ 12 mil para a contratação de um intérprete oficial em língua inglesa para fazer traduções em audiências da presidente da República com autoridades estrangeiras no Brasil e em viagens internacionais. O contrato vai durar um ano. Outros R$ 634 serão desembolsados apenas com a aquisição de numeradores de mesa utilizados em almoços e jantares oficiais oferecidos a autoridades estrangeiras.

Já o cardápio do almoço de hoje não será salgado para a conta do MRE. Serão servidos picanha, feijão tropeiro e arroz branco. De entrada será oferecida uma salada leve e na sobremesa, frutas tropicais cristalizadas. “Nada muito luxuoso. Faremos nos mesmos moldes do que ocorre normalmente com os demais cerimoniais. Temos um contrato de bufê que serve para esses eventos”, afirmou um interlocutor do Itamaraty.

Granadas

O Exército, que também está auxiliando o esquema de segurança da visita de Obama, modernizou e renovou parte de seu equipamento para cumprir sua missão de segurança com eficiência. Ontem, o Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, unidade do Comando Militar do Leste, com sede no Rio de Janeiro, comprometeu R$ 82 mil para a compra de 20 rádios de comunicação portáteis. Cada um custou pouco mais de R$ 4 mil. A instituição tinha feito o mesmo na última quarta-feira. No total, foram comprados 40 rádios para atender a operação de segurança.

Na avaliação do professor de Relações Institucionais da Universidade de Brasília Antônio Ramalho, é fundamental que o Brasil gaste dinheiro para garantir hospitalidade aos visitantes estrangeiros. “A hospitalidade é um dos valores centrais das relações internacionais. É lógico que o dinheiro deve ser gasto com eficiência. Temos de transmitir total controle da situação. É uma questão moral, de princípio. Se os recursos não fossem gastos, uma visita dessa importância nem ocorreria”, afirma.

Mas há também serviços de rotina que antecedem a vinda de um convidado ilustre que não entram no cálculo global do valor desembolsado pelo governo brasileiro. Pintura de meios-fios, operação tapa-buracos, limpezas de edifícios e operações de treinamento de segurança estão entre os trabalhos fundamentais realizados, mas imensuráveis. Dilma ainda dará uma coleção de fotos artísticas do Rio de Janeiro como presente do governo brasileiro a Obama. A cerimônia de troca de presentes faz parte do protocolo de visitas dos chefes de Estado e de governo.


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