Depois da visita de dois dias ao Brasil do presidente norte-americano, Barack Obama, os parlamentares aguardam efeitos positivos que levem ao equilíbrio da balança comercial entre os Estados Unidos e o Brasil. A expectativa está depositada em parte em alguns dos dez acordos, assinados entre os dois países, e que agora precisam ser aprovados na Câmara e no Senado. Um deles sugere a intermediação dos governos nas articulações no comércio bilateral.
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De 2000 a 2010, a balança comercial entre os dois países passou de um superávit em favor do Brasil de US$ 290 milhões para um déficit de mais de US$ 7,7 bilhões, de acordo com dados da área econômica consolidados no ano passado.
Apesar de ter sido superado pela China na posição de maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos foram o principal importador de produtos brasileiros. O Brasil exportou US$ 19,4 bilhões e importou US$ 27,2 bilhões. Os primeiros resultados do ano mostram que o déficit se mantém em 2011.
Em janeiro, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 21% frente ao mesmo mês de 2010. Mas as importações subiram mais, chegaram a 36% no mesmo período, com um déficit de US$ 646 milhões.
Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), os Estados Unidos podem ganhar economicamente se adotarem o fim das barreiras comerciais. Segundo ele, suspendendo os subsídios aos produtores internos, os norte-americanos vão ajudar o mundo com preços mais acessíveis principalmente na área alimentar.
“Acho que um tensionamento de todos os países é acabar com os subsídios que os Estados Unidos dão a seus produtos. Isso irá baratear o custo da comida . A barreira que os Estados Unidos impõem ao álcool brasileiro, dando mecanismos para fazer o etanol a partir do milho e da madeira, em detrimento de importar o nosso produto, poderia baratear mercadorias norte-americanas ”, afirmou o líder do PT.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou ontem (19) que vai apressar a tramitação dos textos dos acordos, assinados pelos representantes dos Estados Unidos e do Brasil, nos setores econômico, comercial, tecnológico, educacional, social e até espacial. Segundo ele, é fundamentar dar “celeridade” aos processos.
De forma semelhante prometeu agir o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que também e estava presente no sábado na recepção a Obama em Brasília.