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Estado de Minas

Parlamentares defendem que efeitos positivos da visita de Obama se reflitam na economia


postado em 20/03/2011 13:09

Depois da visita de dois dias ao Brasil do presidente norte-americano, Barack Obama, os parlamentares aguardam efeitos positivos que levem ao equilíbrio da balança comercial entre os Estados Unidos e o Brasil. A expectativa está depositada em parte em alguns dos dez acordos, assinados entre os dois países, e que agora precisam ser aprovados na Câmara e no Senado. Um deles sugere a intermediação dos governos nas articulações no comércio bilateral.

 

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), alertou neste domingo que o governo deve cobrar dos Estados Unidos a relação de igual para igual também nas áreas econômica e comercial. “É a afirmação de compromissos históricos de nossas relações diplomáticas já consagradas. Teremos de aguardar e ver os protocolos, se beneficiam o Brasil. A vantagem da visita seria reverter o quadro negativo da balança comercial”, disse ele.

 

De 2000 a 2010, a balança comercial entre os dois países passou de um superávit em favor do Brasil de US$ 290 milhões para um déficit de mais de US$ 7,7 bilhões, de acordo com dados da área econômica consolidados no ano passado.

 

Apesar de ter sido superado pela China na posição de maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos foram o principal importador de produtos brasileiros. O Brasil exportou US$ 19,4 bilhões e importou US$ 27,2 bilhões. Os primeiros resultados do ano mostram que o déficit se mantém em 2011.

 

Em janeiro, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 21% frente ao mesmo mês de 2010. Mas as importações subiram mais, chegaram a 36% no mesmo período, com um déficit de US$ 646 milhões.

 

Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), os Estados Unidos podem ganhar economicamente se adotarem o fim das barreiras comerciais. Segundo ele, suspendendo os subsídios aos produtores internos, os norte-americanos vão ajudar o mundo com preços mais acessíveis principalmente na área alimentar.

 

“Acho que um tensionamento de todos os países é acabar com os subsídios que os Estados Unidos dão a seus produtos. Isso irá baratear o custo da comida [por exemplo]. A barreira que os Estados Unidos impõem ao álcool brasileiro, dando mecanismos para fazer o etanol a partir do milho e da madeira, em detrimento de importar o nosso produto, poderia baratear mercadorias norte-americanas [como o milho e a madeira e até produtos de alimentação]”, afirmou o líder do PT.

 

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou ontem (19) que vai apressar a tramitação dos textos dos acordos, assinados pelos representantes dos Estados Unidos e do Brasil, nos setores econômico, comercial, tecnológico, educacional, social e até espacial. Segundo ele, é fundamentar dar “celeridade” aos processos.

 

De forma semelhante prometeu agir o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que também e estava presente no sábado na recepção a Obama em Brasília.


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