O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mudou sua programação neste domingo e iniciou seu tour pelo Rio de Janeiro com uma visita à favela de Cidade de Deus, onde foi acompanhado pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, e pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes.
Junto de sua mulher, Michelle, e das filhas, Malia e Sasha, Obama deixou por volta das 10h40 deste domingo o hotel Marriot, em Copacabana, sob forte esquema de segurança e acenou para as cerca de 200 pessoas presentes no local.
Pela manhã, o consulado americano no Rio informou que a visita que o presidente faria com a família ao Corcovado, prevista para as 8h30 deste domingo, seria adiada para as 21h, após o discurso de Obama no Theatro Municipal, às 14h.
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Os moradores puderam assistir à chegada do líder americano do alto das lajes de suas casas.
Para garantir a segurança da família Obama, um veículo blindado do Exército conhecido como urutu foi posicionado em frente à principal entrada da FIA, e mais de 300 militares ocuparam ruas da comunidade. Atiradores de elite do Exército se posicionaram sobre lajes em pontos estratégicos.
Quando o blindado do Exército chegou, atores do grupo de teatro "Provocação", da Cidade de Deus, fizeram uma encenação na frente do veículo. Com os rostos pintados de branco, mostraram um cartaz com a frase "Yes, we also can" (sim, nós também podemos, referência ao slogan da campanha presidencial de Obama “sim, nós podemos”).
Dorly Neto, 20, ator e assessor de comunicação do grupo, disse que a manifestação teve como objetivo dar as boas-vindas a Obama.
"Maquiagem"
Enquanto muitos festejavam a visita do presidente, outros aproveitaram para protestar.
Professora de uma creche na Cidade de Deus, Regina Antunes distribuiu narizes de palhaço a moradores, em protesto contra o que chamou de “maquiagem” feita nos arredores de sua casa para receber Obama. Nos últimos dias, a prefeitura carioca recapeou ruas e pintou casas por onde a comitiva passaria.
Durante a semana, ONGs na Cidade de Deus, como a Cufa (Central Única das Favelas), já haviam feito cíticas à visita de Obama, particularmente às restrições de segurança impostas pelo passeio.