No momento em que uma coalizão internacional lança mísseis sobre a Líbia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo, em discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que os países são soberanos e não podem sofrer intervenções. Ele defendeu a democracia como princípio e direito de todos os cidadãos do mundo. Obama mencionou vários aspectos da cultura brasileira e o Brasil como exemplo de democracia consolidada.
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Obama citou as manifestações populares nos países muçulmamos a partir da Tunísia, em janeiro, e que se estenderam para o Egito, a Líbia, o Iêmen, a Síria e outros locais do Oriente Médio e do Norte da África. “Hoje, vemos uma revolução, baseada na Tunísia, por anseio pela dignidade humana. Homens, mulheres, dando-se o direito de determinar o próprio futuro”, disse ele.
No discurso de pouco mais de 15 minutos, com o texto improvisado, o presidente citou o escritor Paulo Coelho. “Como diz o Paulo Coelho, com a força da nossa vontade e amor, podemos mudar”, afirmou, arrancando aplausos entusiasmados da plateia.
De manhã, Obama pretendia visitar o Cristo Redentor. Informações não confirmadas oficialmente indicam que ele adiou o passeio para o fim da tarde porque estava coordenando uma reunião vinculada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o agravamento da crise na Líbia.
A área em volta do local onde Obama esteve foi cercada por um forte esquema de segurança com soldados do Exército, que afastavam a população em um raio de cerca de 200 metros do Theatro Municipal. O discurso não foi transmitido em telões na Cinelândia, como inicialmente havia sido divulgado.
Aproximadamente 2,5 mil pessoas foram convidadas para acompanhar o discurso. Representantes de associações, entidades, organizações não govenamentais, além de políticos, empresários e artistas receberam convite. Na rede social Twitter, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que todos foram orientados a desligar os aparelhos celulares.